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JOÃO CARLOS GOIA

João Carlos Goia é gerente do Senac Piracicaba, jornalista
pós-graduado em Criação de Imagem e Sons em Mídias Digitais e mestre em Educação

Sentir e criar – gatilhos necessários para inovação

Não sei se todos sabem, mas no mês de abril, comemoramos o Dia Internacional da Criatividade. E por que tal dia é tão relevante? Vamos a algumas ponderações iniciais. Primeiro, que a inovação é um fator-chave para o sucesso de qualquer organização em um ambiente de negócios em constante evolução e outro, que para se tornarem e se manterem inovadoras, as empresas precisam ter uma cultura criativa e pessoas com as competências necessárias para impulsionar este processo. A grande questão que proponho nesse breve artigo, é refletir sobre os possíveis caminhos para atingirmos essa dinâmica em nossas instituições, bem como, discutir a relação entre inovação, competências e criatividade, inclusive para justificarmos a existência de um dia dedicado a ela.

A criatividade é a habilidade de pensar de forma original e produzir ideias úteis e relevantes, mas claro, inicialmente num processo único e até, de certa forma, solitário. Trata-se de uma competência fundamental para a inovação, que aí sim, pode e deve ser implementada com o trabalho de equipe, pois permite que a partir dessas percepções criativas, o grupo crie soluções inovadoras para problemas complexos ou mesmo situações corriqueiras, mas que podem ter algum ganho de produtividade, agilidade ou simplificação de tarefas.

O grande X da questão é entendermos que criatividade pode ser treinada e desenvolvida, ou seja, não é algo divino ou algum dom que determinada pessoa recebe. Importante destacar que para podermos estabelecer um ambiente de fomentação da criatividade, estes espaços devem ser preparados para tal. Organizações que valorizam a criatividade e encorajam a experimentação, ou seja, estimulam que seus funcionários pensem de forma diferente e até proponham rupturas, tendem a ser mais inovadoras.

No Senac, por exemplo, implementamos o que chamamos de comitê de inovação, a fim de garantir essa fluência e foco em ações criativas, que possam gerar soluções ainda não implementadas ou não enxergadas, tanto nos processos e fluxos administrativos, quanto em nossos serviços e produtos, leia-se a educação por meio de nossos cursos nas mais diferentes modalidades. E por que é necessário garantir esse impulso, esses espaços? Simples! Temos pesquisas que apontam nossa capacidade de potencial criativo, de acordo com a faixa etária. Até os cinco anos, nosso potencial criativo está na casa de 98%, praticamente gênios criativos; por volta dos 10 anos essa taxa já cai para 30%; aos 15 anos, 12% e, pasmem, na fase adulta, tal potencial cai para 2%. Resumindo, ou incentivamos esse processo, ou certamente teremos grupos de funcionários adultos sem potencial criativo em nossas instituições.

No entanto, a criatividade sozinha não é suficiente para garantir a inovação. As empresas precisam de pessoas com competências específicas que possam transformar ideias criativas em produtos ou serviços tangíveis e bem-sucedidos. Essas competências incluem habilidades técnicas, mas principalmente, as comportamentais, até então, denominadas soft skills. Para conseguirmos nomear e continuar evoluindo, conceituamos atualmente as inner e innovation skills, competências essas que estão ligadas diretamente a capacidade de manutenção do status criativo ativo, bem como, potencial para inovar. As inners skills, que podemos traduzir como habilidade internas, propõe domínios sobre acesso à memória, capacidade de concentração, autoconsciência, intuição, coragem, entre outros. Já nas innovation skills, que ao pé da letra significa habilidades de inovação, determinam nossa condição de fluência digital, nossa capacidade de correr riscos, nosso potencial de empreendedorismo, criatividade e acesso e uso da inteligência artificial. Todas essas habilidades são essenciais para a inovação e devem, portanto, ser  adquiridas por meio de educação formal, treinamentos e experiências.

Por fim, é preciso mantermos a mentalidade aberta e uma cultura organizacional que incentive a experimentação e a aprendizagem contínua e, sendo assim, qualquer empresa continuará evoluindo, se adaptando e  transformando a maneira como fazemos negócios e, principalmente, como impactamos positivamente o mundo ao nosso redor.

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