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O que a sua roupa diz sobre você?

Revisitando alguns dos textos que escrevi logo no começo de nossa parceria, resolvi trazer uma nova proposta para um deles, agora com um olhar mais maduro e observador. “A Moda por trás das Roupas”. Uma proposta a reflexão, que mesmo depois de anos ainda me parece um tema pertinente e atual.

Ao contrário do que se pensava, a moda tem ganhado um espaço muito importante na vida das pessoas. O que antes era conhecido como um universo fútil para a maior parte delas, agora é visto como lugar de expressão e identidade. O foco não se resume mais às polêmicas com modelos e produtos caros que se restringem a classes de nível social elevado, mas sim na preocupação em relação a procedência e origem de uma peça. Questionamentos como “quem fez as minhas roupas; qual a origem do material que compõe essa peça; quais práticas são adotadas pela empresa para desaceleração dos impactos ambientais”, se fazem cada vez mais presentes na voz de uma nova geração.

Tais preocupações têm despertado cada vez mais a curiosidade do consumidor, pelo fato de não haver uma clareza em relação a essas informações por parte de muitas empresas. Afinal, se você parar e refletir acerca de qual indústria que não envolve questões que precisam ser revistas com certa urgência, certamente vai chegar a conclusão que são poucas as que se preocupam genuinamente com o que está além da margem de lucro. É impossível se inserir dentro do mercado sem deixar passar algo. Mesmo que muito bem camuflado, mais cedo ou mais tarde algo acende um alerta vermelho, como, por exemplo, a forte presença de padrões estéticos que ainda não conseguimos abolir e seguem causando inúmeros problemas. Agora que já aluguei um triplex na sua cabeça, vamos partir para um breve entendimento de como e quando a moda se originou.

Derivado do termo “modus”, que em latim denota diferentes modos e costumes de um grupo em dado momento, possui ligação direta com as diferentes características que marcam os estilos abrangentes nesses grupos. Mas não se engane, a moda é um campo amplo que vai além da peça como fator estético.

Representação da Era Glacial. Foto: Reprodução.

Os primeiros indícios da indumentária foram registrados desde os primórdios, na Pré-História, com única função de proteção contra o frio intenso. Como o Homo Sapiens não era provido de uma pelagem grossa que o protegesse das baixas temperaturas, o uso da pele de suas caças servia como proteção para seus corpos. As peças eram costuradas com as vísceras e os ossos das presas. Assim surgiu o início do que hoje é conhecido como vestimenta.

Pintura de John Bagnold Burguess. Foto: Célia Mendonça.

Com o passar da evolução do Homem, novos materiais foram desenvolvidos para a confecção de peças e ornamentos, e o que até então servia apenas para proteção, agora recebia apelo estético e cumpria o papel de comunicação. Um exemplo intrigante é o dos leques, originários da Espanha. Entre os séculos XVII e XIX, a forma como o acessório era utilizado servia para demonstrar o estado civil ou até mesmo o interesse da mulher por um possível pretendente. Algo um tanto incomum.

Mulher da década de 1920 vestindo calça. Foto: Art Deco.

Tempos mais tarde, tivemos o começo de uma revolução no que diz respeito ao gênero na moda. Coco Chanel, na década de 1920, introduziu a calça – peça utilizada apenas por homens – para o guarda roupas feminino. Tal ação foi considerada um marco na História, pois era um claro reflexo da situação a qual a sociedade enfrentava com o pós-guerra e o ingresso das mulheres ao mercado de trabalho.

Ao longo das décadas houve o nascimento das famosas “tribos”. Hippies, punks e muitos outros, a gama da indumentária se encontrava cada vez mais vasta e repleta de diferentes estilos. A necessidade e a busca pela liberdade de expressão da juventude da época influenciou diretamente o mercado da moda. Ser único nunca foi tão importante, e a sensação de pertencimento trazida por esses grupos era representada pela criatividade e a rebeldia do jovem da época.

Ação de Marketing da marca Jacquemus. Foto: Reprodução.

E não parou por aí. A moda vem sofrendo mudanças constantes e altas renovações, desde estratégias de marketing mirabolantes à engajamento em projetos sociais. Aquele veículo de comunicação para expressar diferentes sentimentos que necessitam ser externados nunca deixou de ser atual. Já pensou que aquela padronagem, textura variada, frase ou mesmo o tecido presente na sua roupa, gera um impacto que vai além do simples ato de vestir? A moda é cíclica, é cultural e histórica. Repensar o consumo desenfreado e a procedência de cada aquisição tornou-se questão de consciência e responsabilidade!

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