A osteopatia pode diagnosticar e recuperar a saúde plane de problemas como dores excessivas, problemas crônicos, cansaço, má postura e práticas esportivas inadequadas
O Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região (SindBan) conta com um Núcleo de Saúde e Qualidade de Vida, que oferece atendimento presencial com osteopatas e fisioterapeutas. Além disso, o núcleo dispõe de profissionais como psicólogas, nutricionista e assistente social.
Os serviços de osteopatia são procurados por diversos motivos, como dores excessivas, problemas crônicos, cansaço, má postura e práticas esportivas inadequadas. Esses problemas, muitas vezes, só podem ser diagnosticados por especialistas e requerem a orientação e manipulação correta de um profissional para que o indivíduo recupere sua qualidade de vida e desfrute de uma saúde plena.
Vinicius Boldrin, fisioterapeuta especializado em osteopatia, compartilhou suas considerações sobre o tema, destacando a importância do tratamento adequado. Ele enfatizou que não existem soluções milagrosas para questões de saúde; o melhor é sempre confiar em profissionais qualificados e seguir suas orientações para viver de forma mais saudável e equilibrada.
Como você descreveria a osteopatia para alguém que nunca ouviu falar no assunto?
A osteopatia é uma abordagem terapêutica na qual o osteopata aplica testes para identificar áreas de restrição de mobilidade – músculos espasmados, articulações que não estão se movimentando adequadamente, nervos que não deslizam ao longo de seu trajeto, etc. Ao identificar essas áreas de restrição, o osteopata utiliza técnicas manuais para devolver a mobilidade. Isso reequilibra o corpo e suas funções, eliminando e prevenindo sintomas.
Quais são os principais tipos de condições ou sintomas que você trata com osteopatia?
Dores e problemas na coluna, dores articulares, dores de cabeça, tendinites, cólicas menstruais, dor ciática, fascite plantar, má postura e desvios da coluna, desgastes articulares, refluxo gastroesofágico, intestino lento etc.
Qual é a sua abordagem quando um paciente chega com uma dor musculoesquelética crônica?
Algumas dores crônicas podem ser totalmente sanadas com o tratamento osteopástico. Mas, existem algumas dores crônicas mais complexas que precisam ser tratadas em conjunto com outras abordagens. Quando um paciente chega ao consultório de osteopatia com dor crônica, a conduta é compreender ao máximo a origem da dor, colhendo o histórico, fazendo a avaliação clínica do paciente e solicitando exames quando necessário. A compreensão da origem da dor vai ajudar o osteopata a estabelecer o quanto o tratamento com a osteopatia pode ajudar e se será necessária uma abordagem interdisciplinar
A osteopatia pode ser utilizada para tratar condições além das musculoesqueléticas, como problemas digestivos ou respiratórios?
Sim. A osteopatia trata as áreas tensas, restritas ou hipomóveis do corpo humano, um problema que chamamos de disfunção de mobilidade. Podemos destacar que muitas vísceras como bexiga, útero, intestino e outros órgãos, possuem componentes musculares importantes. Esses músculos viscerais, mesmo que não sejam músculos esqueléticos, também estão sujeitos a espasmos, tensões e disfunções de mobilidade. Se houver disfunções viscerais ou em outros sistemas que interagem com as vísceras, sintomas viscerais podem surgir. Assim, o tratamento osteopático vai muito além das desordens músculo esqueléticas.
Em relação a tratamentos para lesões esportivas, como a osteopatia pode ser integrada ao cuidado tradicional?
Algo importante para atletas é retomar os treinamentos o mais rápido possível após lesões. Lesões esportivas demoram mais a sanar se o corpo do atleta estiver em desequilíbrio. Por exemplo, a falta de mobilidade adequada em certas articulações pode manter o espasmo de um músculo lesionado, dificultando o processo de cicatrização. A osteopatia pode reequilibrar alinhamentos do corpo e liberar as articulações nas quais se insere um músculo lesionado, facilitando o processo de cura do corpo.
A osteopatia também atua de forma preventiva com atletas. O equilíbrio corporal trabalhado pela osteopatia diminui assimetrias que geram sobrecargas articulares nos treinamentos.
Quais são os métodos ou técnicas osteopáticas que você mais utiliza em seu trabalho?
A técnica de thrust é provavelmente a técnica mais famosa utilizada pelos osteopatas. É uma técnica de alta velocidade e baixa amplitude, também conhecida como manipulação articular, que gera estalidos ao liberar as articulações.
Mas, muitas são as técnicas utilizadas na osteopatia: energia muscular, liberação miofascial, mobilizações viscerais, técnicas craniossacrais, hemodinâmicas, mobilizações neurais, técnica de stretch, são apenas alguns dos exemplos que podemos listar.
Como você personaliza o tratamento para pacientes que possuem diferentes idades e níveis de atividade física?
Cada atendimento é individualizado, pois o histórico de cada pessoa é diferente, assim como é diferente em cada pessoa o conjunto de disfunções que levam à sobrecarga de uma determinada estrutura. Por exemplo, não é porque duas pessoas têm sintomas lombares que as técnicas utilizadas para o tratamento de ambas serão as mesmas. É preciso verificar por meio da análise clínica, quais descompensações o corpo está gerando e, corrigir de acordo com a necessidade de cada organismo.
Quais são as evidências científicas que você usa para apoiar as terapias osteopáticas em seu consultório?
Além de se utilizar do conhecimento das bases anatômicas, fisiológicas e biomecânicas, a osteopatia vive um processo crescente de produção científica que pode ser encontrada em livros da área e em bases de dados de artigos científicos que hoje são acessíveis, inclusive porque temos sites e canais de comunicação especializados em disseminar o assunto e divulgar a ciência de uma forma descomplicada.
E, o que todos nós desejamos, afinal é seguir a vida com saúde e buscar ajuda de quem pode auxiliar quem enfrenta problemas. É muito gratificante poder contribuir com a melhora da qualidade de vida de tantas pessoas, trocar informações com meus colegas de trabalho e estar sempre me aperfeiçoando, afinal temos que nos atualizar sempre, o corpo humano ainda nos desafia diariamente.
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