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⭐ Piracicaba, 12 de junho de 2025 ⭐

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Prematuros demandam calendário vacinal diferenciado para proteção contra doenças

Silvia Audi

Sistema imunológico em desenvolvimento exige cuidados específicos na imunização desses bebês

O Dia Mundial da Imunização, celebrado em 9 de junho, reforça a necessidade de atenção especializada para grupos vulneráveis, particularmente os bebês prematuros. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 15 milhões de crianças nascem anualmente antes de completar 37 semanas de gestação, situação que compromete o desenvolvimento do sistema imunológico.

“Os prematuros possuem imaturidade imunológica que os torna mais suscetíveis a infecções graves”, explica Antonio Ananias Filho, coordenador pediatra intensivista da UTI Neonatal e Pediátrica da Santa Casa de Piracicaba. “Por isso, necessitam de um calendário vacinal específico, diferente dos bebês nascidos a termo.”

O cronograma de imunização para prematuros considera a idade cronológica e as características individuais de cada criança. O protocolo recomenda vacinas acelulares combinadas, que oferecem proteção contra múltiplas doenças em dose única, reduzindo reações adversas.

Bebês nascidos com menos de 33 semanas ou pesando menos de 1,5 kg apresentam maior risco de desenvolver reações vacinais com os imunizantes convencionais aplicados nas Unidades Básicas de Saúde. Para esses casos, o Sistema Único de Saúde disponibiliza a vacina acelular hexavalente por internédio dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

A vacina hexavalente protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b, poliomielite e hepatite B em aplicação única.

“Essa tecnologia representa avanço significativo na proteção dos prematuros, pois estimula a produção de anticorpos contra seis patógenos diferentes”, destaca Ananias Filho.

O acesso à imunização especializada ocorre mediante solicitação aos CRIE ou por meio da plataforma CRIE Virtual, disponível em alguns postos de saúde. O Programa Nacional de Imunização, que completa 52 anos em 2025, figura entre os maiores programas mundiais de vacinação e garante o fornecimento desses imunizantes especiais.

Em Piracicaba, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não tem CRIE. No entanto, segundo a Pasta, quando há prescrição de vacinas especiais, e o paciente é contemplado, a VE (Vigilância Epidemiológica)  solicita a dose para o GVE-20 (Grupos de Vigilância Epidemiológica do DRS-10 (Departamento Regional de Saúde) Piracicaba. Quando chega a vacina, a mesma é enviada para a unidade de saúde que o paciente pertence e o bebê é convocado para receber a dose.

A experiência clínica demonstra que muitas famílias desconhecem a existência dos CRIE e a necessidade de calendário vacinal diferenciado para prematuros.

“O acompanhamento pediátrico especializado é fundamental para orientar adequadamente os pais sobre o cronograma de imunização”, ressalta o coordenador da UTI.

O Brasil mantém há mais de três décadas a eliminação da poliomielite, resultado direto das altas coberturas vacinais. Esse histórico reforça a importância da imunização para controle e erradicação de doenças, especialmente em populações vulneráveis como os bebês prematuros.

A proteção adequada desses recém-nascidos depende do cumprimento rigoroso do calendário vacinal específico, aliado aos demais cuidados médicos recomendados. Essa abordagem integrada permite que os prematuros desenvolvam-se de forma saudável, superando as vulnerabilidades iniciais decorrentes do nascimento antecipado.

Foto: Divulgação

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