O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A detenção ocorreu por volta das 4h, enquanto Collor se preparava para se deslocar a Brasília, a fim de cumprir espontaneamente a determinação judicial.
A prisão de Collor decorre de condenação imposta em maio de 2023 pelo STF, que sentenciou o ex-presidente a 8 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, entre 2010 e 2014, enquanto exercia mandato de senador por Alagoas, Collor teria recebido propinas que totalizam aproximadamente R$ 20 milhões.
Os pagamentos teriam sido realizados pela empresa UTC Engenharia, em troca de favores políticos para facilitar contratos com a BR Distribuidora, então subsidiária da Petrobras. Durante as apurações, a Polícia Federal apreendeu diversos veículos de luxo na residência de Collor em Brasília, entre eles um Porsche, uma Ferrari e um Lamborghini.
Após a condenação inicial, a defesa de Collor ingressou com diversos recursos no STF, todos posteriormente rejeitados. Em novembro de 2024, o plenário da Corte, por 6 votos a 4, manteve a pena aplicada. Com o esgotamento das possibilidades recursais, o ministro Alexandre de Moraes determinou a imediata execução da pena.
Em nota, a defesa do ex-presidente informou que irá solicitar a conversão da pena em prisão domiciliar, considerando que Collor, atualmente com 75 anos, tem direito ao benefício previsto para idosos na legislação brasileira.
Com a prisão, Fernando Collor se torna o terceiro ex-presidente brasileiro a ser detido desde a redemocratização, somando-se a Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer. O caso reforça o impacto das investigações da Operação Lava Jato no enfrentamento da corrupção em altos escalões da política nacional.