Investigações apontam prejuízo superior a R$ 1 bilhão; CGU e Polícia Federal apuram esquema de concessões irregulares de benefícios.
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, deixou o cargo nesta segunda-feira (22) após a revelação de um escândalo bilionário envolvendo fraudes na concessão de benefícios previdenciários. A decisão foi tomada em meio a investigações conduzidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF), que apuram irregularidades que causaram um prejuízo estimado em mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
As apurações indicam que, durante a gestão de Stefanutto, houve omissão na supervisão e controle de processos internos, permitindo que um esquema de liberação irregular de aposentadorias, pensões e auxílios fosse instalado no instituto. As fraudes consistiam na aprovação de benefícios sem o devido cumprimento dos requisitos legais, com envolvimento de servidores públicos e intermediários.
O esquema, segundo a investigação preliminar, se concentrava especialmente em fraudes digitais — como o uso de documentos falsificados em pedidos feitos pela plataforma Meu INSS — e contou com brechas de fiscalização em processos automatizados.
Em nota oficial, o INSS confirmou a saída de Stefanutto e ressaltou que está colaborando integralmente com as autoridades.
“O instituto reafirma seu compromisso com a transparência, o combate à corrupção e a preservação dos recursos públicos”, declarou o órgão.
Até o momento, não há indícios de que Stefanutto tenha participado diretamente do esquema de corrupção. A CGU apura a responsabilidade administrativa e a Polícia Federal conduz investigações para identificar os envolvidos e o montante exato do prejuízo.
O Ministério da Previdência Social informou que nomeará um novo presidente interino nos próximos dias. A prioridade será reforçar os mecanismos de controle interno e acelerar a modernização dos sistemas de concessão de benefícios para evitar novas fraudes.
Este escândalo ocorre em um momento crítico para o sistema previdenciário brasileiro, que já enfrenta desafios financeiros e demanda crescente por serviços. A sociedade civil e entidades de fiscalização exigem respostas rápidas para restaurar a confiança na instituição.