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⭐ Piracicaba, 4 de outubro de 2024 ⭐

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Nosso Rio, 257 anos entre lendas e lutas

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Há 257 anos, noutro 1º de agosto, reza a história local, que por aqui aportou o Capitão Antonio Correa Barbosa, com seus barcos e seguidores, com a missão de fundar um novo povoado.

Imagino barcos e batelões que o seguiram com viveres, munição e implementos para a empreitada, que deveria ter aportado noutro local, mas, encantado com o Salto do rio Piracicaba, por aqui fez morada.

Forneceu espaço para os primeiros moradores. E o povoado abriu-se a lavoura do café e da cana de açúcar às olarias, caça e pesca, fartas naquele período.

Para servir de ligação com uma estrada que nos levasse até o Paraguai, prenúncios de uma vocação internacionalista, do outro lado da margem do rio Piracicaba, subia a rua a qual foi chamada de Picadão do Mato Grosso, Caminho de Itu, Rua do Porto, Rua Direita e o nome atual, Moraes Barros, homenagem a um pioneiro da política local.

E no alto daquela rua, em suas origens, construiu sua Catedral de Santo Antonio, hoje com seus 250 anos de religiosidade católica em favor do povo da cidade.

Do rio daqueles dias vieram lendas, como a narrada pelo folclorista Waldemar Iglésias Fernandes, de que, exatamente à meia noite, o Rio Piracicaba parava se jogar suas águas pelo véu da noiva e pelo salto, para enamorar-se da Noiva da Colina, como assim também ficou conhecida nossa cidade.

Das lendas às lutas e eis que a cidade cresceu, agigantou-se, industrializou-se, aperfeiçoou suas moradias, seu comércio, indústria e os saberes das suas escolas municipais, estaduais, universidades, ajudaram-na a pular as barrancas do nosso rio famoso, com seus conhecimentos e atitudes.

Hoje, com empresas multinacionais, a terra até então conhecida pelo seu “R” arrastado, seu falar caipira, virou poliglota e já conversa em inglês, mandarim, coreano, italiano, japonês, espanhol para os povos para além da nossa América, com quem comercializa seus produtos e acolhe com os seus serviços os viajantes estrangeiros que por aqui aportam para estudar ou fazer seus negócios.

Mas o nosso velho Rio, sempre acolhedor desde o princípio dos nossos dias, tem passado por dificuldades imensas.

O crescimento populacional do nosso Estado fez com que boa parte das suas águas fosse revertida para abastecer a região metropolitana de São Paulo.

E com essa ação, as águas que batiam nas margens, hoje escasseiam nos tempos de estiagem. Mas não sem o clamor da nossa gente, esperançosa por novos dias para o velho Rio.

São exemplares e gloriosos os momentos de união da sociedade em prol de campanhas como a “Estamos de luto pela morte do Rio Piracicaba”, nos anos de 1970, com a inauguração da Praça do Protesto Ecológico, cuja placa surpreendentemente “sumiu” do local original.

Ou mesmo a agonia recente que vimos com despejos de resíduos industrias da região, que mataram milhares de peixes no Rio Piracicaba e mais adiante, no Tanquã, o que nos obriga a permanecermos sempre vigilantes para equilibrarmos crescimento, desenvolvimento, com qualidade de vida aos piracicabanos e, em especial ao povo ribeirinho.

Parabéns terra “que adoramos tanto”.