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Wegovy X Ozempic X Mounjaro: as diferenças entre eles e como atuam no combate a diabetes e à obesidade

Wegovy X Ozempic X Mounjaro

Elaine Dias JK, que também é metabologista e especialista em emagrecimento saudável, aponta as principais características de cada medicamento e fala sobre a expectativa para a chegada do Wegovy ao mercado brasileiro em 1º de agosto de 2024.

As chamadas canetas emagrecedoras continuam sendo as queridinhas no mercado quando o assunto é perda rápida de peso.

Embora sejam medicamentos inicialmente utilizados no tratamento de diabetes, elas vêm demonstrando cada vez mais eficácia quando utilizadas para redução de peso.

E obesidade é uma preocupação global, com números alarmantes, que desencadeia outras cardiopatias crônicas. Mais de 1 bilhão de pessoas são portadoras da patologia, sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ressalta Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista.

No dia 1º de agosto estará disponível no Brasil mais uma opção do medicamento Semaglutida, o Wegovy.

Até o momento, muito semaglutida vem sendo prescrita através do Ozempic, que promove, comprovadamente, a redução de 15% do peso corporal em pacientes diabéticos após 16 meses.

E pesquisas feitas com o Wegovy mostraram uma perda de 17,4% em dois anos. Ambos são análogos do hormônio GLP1, com indicação de aplicação semanal.

Esse tipo de molécula é o futuro para tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. É seguro e eficaz, é um análago de um hormônio produzido no intestino que é o GLP1. Existem vários estudos mostrando a eficácia e segurança dessas moléculas. Recentemente, foi publicado o estudo SELECT demonstrando que pacientes obesos, com doença cardíaca, usando semaglutida 2,4mg por semana reduziram em 20% os eventos cardíacos em comparação com o grupo que estava usando placebo, complementa Elaine, também especialista em emagrecimento saudável.

Já a Tirzepatida, com o nome comercial Mounjaro, é um outro medicamento revolucionário que também foi aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas ainda não possui data para lançamento oficial no Brasil.

A inovação é conhecida como “king kong” entre os fármacos para o emagrecimento e tratamento do diabetes tipo 2, segundo Elaine.

Ela comenta que o tratamento é sucesso absoluto nos Estados Unidos por ser muito mais potente na melhora da glicose e no auxílio da perda de peso rápida.

Ele é o análogo dos hormônios intestinais GLP1 e GIP, que agem no hipotálamo, no centro da fome e saciedade, ressalta a especialista.

Elaine comenta que em estudos realizados pela Eli Lilly, laboratório responsável pela fórmula, em fase 3, apontaram uma redução média de 26,6% do peso dos participantes durante um ano e sete meses, o equivalente a 23kg em um paciente que pesava cerca de 104kg.

A médica explica que, assim como a diabetes, a obesidade é uma doença crônica, multifatorial e complexa. Existem diversos fatores relacionados ao sobrepeso e, por isso, é fundamental que o paciente faça uma avaliação com profissional da saúde, embasada em exames laboratoriais.

Ela comenta que:

a obesidade é uma patologia e infelizmente a maioria das pessoas sofrem não somente por conta das demais doenças que ela pode acarretar, como hipertensão, a própria diabetes etc, mas também em função de preconceito, especialmente as mulheres. Há muitos pacientes que recorrem ao médico por isso, porque passaram por situações humilhantes no trabalho, na academia, dentro de casa, na loja de roupas e até em consultórios médicos. O que está diretamente relacionado à falta de informação e conscientização da população, indaga Elaine.

A endocrinologista e metabologista ressalta que, além da genética, tanto a diabetes quanto a obesidade estão ligadas a compulsão alimentar e ansiedade.

Por isso, é extremamente importante tratar o paciente para que ele tenha saúde e qualidade de vida, aliando tratamentos endocrinológicos com acompanhamento nutricional, psicológico e tecnologias que proporcionam bem-estar.

A obesidade, em si, reflete em diversos outros sistemas do corpo: coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo.

Ela é capaz de provocar uma série de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como a própria diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer, bem como problemas de saúde mental, explica Elaine.

 

As principais características dos medicamentos, são:

Ozempic – semaglutida: agonista do hormônio intestinal GLP1. Já disponível no mercado nacional, para aplicação semanal de até 1mg. É indicado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2. Ele ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue em adultos com essa condição. É geralmente administrado uma vez por semana, com doses que variam de 0,5 mg a 1 mg.

Wegovy – semaglutida: também agonista do hormônio intestinal GLP1. Chega ao mercado brasileiro no dia 1 de agosto de 2024 com indicação para o tratamento da obesidade em adultos com um índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 kg/m² ou ≥ 27 kg/m², com comorbidades relacionadas ao peso, hipertensão, diabetes tipo 2 ou dislipidemia. É administrado uma vez por semana, com doses que aumentam progressivamente até 2,4 mg.

Mounjaro – tirzepatida: Agonista dos hormônios intestinais GLP1 e GIP. Aprovado pela Anvisa em setembro de 2023, sem data para lançamento oficial no Brasil. É administrado também uma vez na semana, com doses de 5 mg, 10 mg até chegar a 15 mg.

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