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Semaglutida pode reduzir demência e declínio cognitivo em pacientes diabéticos, segundo estudo

Pesquisadores da Universidade de Oxford apresentam evidências de que a semaglutida pode melhorar a saúde mental e diminuir o uso de nicotina

O Ozempic, originalmente aprovado para o tratamento de diabetes tipo 2, se mostrou eficaz na redução do risco de demência e outros problemas mentais, segundo um novo estudo observacional conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford.

Publicada na revista eClinical Medicine, a análise apurou cerca de 100 mil registros médicos nos Estados Unidos. Deste total, 20 mil pacientes estavam fazendo o uso da semaglutida, princípio ativo do medicamento. Depois de um ano do uso do Ozempic, notou-se um risco 48% menor de desenvolver demência, quando comparado com outros três fármacos antidiabéticos: sitagliptina, glipizida e empagliflozina.

“Com isso, o estudo apresenta evidências de que a semaglutida pode melhorar a saúde cerebral e oferecer proteção contra as dependências, sugerindo que esses medicamentos provavelmente não aumentam o risco de desenvolver condições neurológicas”, Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma.

No entanto, é válido ressaltar que foram analisados apenas pacientes com diabetes, portanto, os resultados são direcionados a quadros desta condição, não podendo ser replicados para quem utiliza o Ozempic (trocar pra semaglutida) para tratamento de perda de peso.

“Por se tratar de um estudo observacional, ensaios mais sólidos serão desenvolvidos para maior entendimento sobre a ligação entre a saúde cerebral e os medicamentos a base de semaglutida”, comenta. 

Essa nova descoberta traz esperança para desacelerar o declínio cognitivo, especialmente para pessoas com diabetes tipo 2. 

“Pesquisas como essa abrem novas portas para o entendimento cada vez mais aprofundado sobre outros mecanismos de ação dos medicamentos à base de semaglutida, que vão além do controle glicêmico, como inflamação, regulação de dopamina, que impactam em benefícios cognitivos”, afirma a especialista.

Medicamentos como Ozempic e  Wegovy, para diabetes e obesidade, como aliados na perda de peso e redução no consumo excessivo de álcool

Para além do tratamento de diabetes tipo 2, o Ozempic também tem sido utilizado para perda de peso, quando ministrado de forma controlada e monitorada. Estudos mostraram que o fármaco pode ajudar pessoas com obesidade ou excesso de peso, mesmo aquelas sem diabetes. Isso ocorre porque o medicamento ajuda a reduzir o apetite e a ingestão calórica,  e promove uma sensação de saciedade.

“O Ozempic pertence à classe dos agonistas do receptor GLP-1. Ele ajuda a aumentar a secreção de insulina, diminuir a liberação de glucagon, um hormônio que eleva os níveis de glicose no sangue, e retardar o esvaziamento gástrico”, afirma Alessandra Rascovski.  

Além disso, uma pesquisa recente, conduzida por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, também revelou o potencial da semaglutida no tratamento por uso excessivo de álcool. “Em média 60% dos pacientes que fazem uso de Ozempic diminuíram a ingestão de álcool, e notaram uma perda de vontade e tolerância”, comenta a especialista, segundo os relatos de pacientes nos consultórios clínicos.

Novas frentes de tratamento lançam luz no combate ao Alzheimer

O Rybelsus, forma oral da semaglutida disponível para o tratamento de diabetes tipo 2, também está sendo estudado. 

A Novo Nordisk, fabricante de ambos os medicamentos, busca explorar o potencial terapêutico da semaglutida para oferecer novas esperanças no combate ao Alzheimer. Em 2020, a farmacêutica anunciou a realização de ensaios clínicos para investigar os potenciais efeitos da substância na diminuição dos riscos de condições mentais. Cerca de 3.700 pessoas com Alzheimer precoce foram recrutadas para um período de tratamento de aproximadamente dois anos, utilizando uma pílula diária de semaglutida (Rybelsus). Os resultados do ensaio são esperados para o outono de 2025. 

Foto: Banco de Imagem