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⭐ Piracicaba, 14 de novembro de 2024 ⭐

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Novo tratamento para câncer de mama metastático que reduz em 50% o risco de morte da doença

Primeiro inibidor de AKT, capivasertibe em combinação com fulvestranto, tem potencial de redefinir o tratamento do câncer de mama localmente avançado ou metastático em pacientes com alterações de biomarcadores PIK3CA, AKT1 ou PTEN

Combinação inédita de capivasertibe com fulvestranto chega ao Brasil para o tratamento de pacientes adultos com câncer de mama localmente avançado ou metastático, receptor hormonal positivo (HR-positivo), HER2-negativo, com uma ou mais alterações detectadas em PIK3CA/AKT1/PTEN. Esta combinação tem indicação de uso após progressão a pelo menos um regime de base endócrina no cenário metastático ou recorrência, durante ou dentro de 12 meses após a conclusão da terapia adjuvante.

 A nova terapia da biofarmacêutica AstraZeneca, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em maio e já disponível no mercado, demonstrou em estudos uma redução de 50% no risco de progressão ou morte, em comparação com a associação de placebo com fulvestranto em pacientes com alterações nos biomarcadores PIK3CA/AKT/PTEN2. 

O câncer de mama é o tumor mais incidente entre as mulheres. Ao todo, são estimados 74 mil novos casos da doença no Brasil em 2024. Com diversos subtipos, o câncer de mama HR-positivo é o mais comum, sendo que mais de 65% dos tumores são considerados HR-positivo e HER2-low ou HER2-negativo. Além disso, mutações em PIK3CA, AKT1 e alterações no PTEN ocorrem com frequência, afetando até 50% dos pacientes com câncer de mama HR-positivo avançado, população para qual esta nova combinação é indicada.  

“A combinação inédita, agora disponível no Brasil, tem potencial de redefinir o tratamento do câncer de mama localmente avançado ou metastático com biomarcadores PIK3/AKT1/PTEN que tem progressão de doença com inibidor da aromatase em combinação com inibidor de ciclina 4/6. A magnitude do ganho com a combinação de capivarsetibe com fulvestanto, proporcionando mais tempo de doença controlada, torna esta combinação a novo padrão ouro neste cenário clínico”, reforça Antônio Carlos Buzaid, oncologista, diretor médico do Centro de Oncologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e co-fundador do Instituto Vencer o Câncer. 

O estudo CAPItello-291, que baseou a aprovação regulatória, constatou sobrevida livre de progressão mediana da doença de 7,3 meses pela combinação de capivasertibe com fulvestranto, em comparação com 3,1 meses de placebo com fulvestranto2. 

“Nosso primeiro inibidor AKT da categoria consolida a medicina de precisão no tratamento de câncer de mama no Brasil, com potencial de mudança de prática clínica ao ampliar as abordagens de tratamento para pacientes que apresentam progressão tumoral ou resistência a terapias de base endócrina usadas previamente. A combinação também supre uma necessidade de tratamento para uma considerável população de pacientes com biomarcadores específicos, contribuindo para significativa redução de risco de progressão ou morte da doença em estágio localmente avançado e metastático”, comenta Karina Fontão, diretora médica executiva da AstraZeneca Brasil.  

 O perfil de segurança da combinação de capivasertibe com fulvestranto foi semelhante ao observado em ensaios anteriores que avaliaram esta combinação. 

Sobre CAPItello-291 

Ensaio duplo-cego e randomizado que avalia a eficácia de capivasertibe com fulvestranto em comparação com fulvestranto e placebo para o tratamento de câncer de mama localmente avançado (inoperável) ou metastático, HR-positivo, HER2-low ou HER2-negativo. 

O ensaio global envolveu 708 pacientes adultos com câncer de mama localmente avançado ou metastático, HR-positivo, HER-2 negativo, dentre os quais 289 pacientes apresentavam tumores com alterações em PIK3CA/AKT1/PTEN. Para serem incluídos no estudo, todas as pacientes deveriam ter progredido a tratamento prévio com inibidor da aromatase. As pacientes poderiam ter recebido até duas linhas anteriores de hormonioterapia e até uma linha de quimioterapia para doença localmente avançada ou metastática.

O estudo tinha como objetivos primários a sobrevida livre de progressão na população geral de pacientes e na população de pacientes cujos tumores apresentavam alterações na via PI3K/AKT (genes PIK3CA, AKT1 ou PTEN). No estudo, aproximadamente 40% dos pacientes tinham tumores que apresentavam essas alterações e aproximadamente 70% das pacientes receberam um inibidor prévio de CDK4/6. A randomização aconteceu a uma razão 1:1 entre capivasertibe com fulvestranto ou placebo em associação ao fulvestranto. 

Novo tratamento para câncer de mama avançado

De acordo com Fernando Medina, oncologista, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, esta é uma notícia animadora sobre avanços no tratamento do câncer de mama.

O especialista analisa os principais pontos:

 Novo tratamento

  • Uma nova combinação de medicamentos (capivasertibe + fulvestranto) foi aprovada no Brasil para tratar câncer de mama localmente avançado ou metastático HR-positivo, HER2-negativo com alterações em PIK3CA/AKT1/PTEN.
  • Essa combinação é indicada para pacientes que já tenham passado por pelo menos um tratamento hormonal e tiveram progressão da doença.

Resultados promissores

  • Estudos clínicos (como o CAPItello-291) mostraram que essa combinação **reduz em 50% o risco de progressão da doença ou morte** em comparação com o tratamento padrão com fulvestranto sozinho.
  • Pacientes que receberam a combinação tiveram uma **sobrevida livre de progressão significativamente maior** (7,3 meses vs. 3,1 meses).

Medicina de precisão

  • O capivasertibe é o primeiro medicamento da sua classe (inibidor de AKT) aprovado no Brasil. 
  • Ele age em uma via molecular específica (PI3K/AKT), que está alterada em até 50% dos casos de câncer de mama HR-positivo avançado.
  • Isso representa um passo importante na **medicina de precisão**, que busca tratamentos personalizados com base nas características moleculares do tumor de cada paciente.

Impacto para pacientes

  • Essa nova combinação oferece uma **opção de tratamento mais eficaz** para pacientes com câncer de mama avançado e alterações em PIK3CA/AKT1/PTEN, que muitas vezes já esgotaram outras alternativas terapêuticas.
  • A possibilidade de **controlar a doença por mais tempo** traz um impacto significativo na qualidade de vida desses pacientes.

Pontos a destacar

  • Mudança de prática clínica: Especialistas acreditam que essa combinação tem potencial para se tornar o novo padrão de tratamento para esse subgrupo de pacientes.
  • Acesso ao tratamento: É importante que pacientes com câncer de mama avançado tenham acesso a essa nova terapia.
  • Necessidade de mais pesquisas: Apesar dos resultados promissores, mais estudos são necessários para avaliar o impacto a longo prazo dessa combinação e identificar outros potenciais benefícios.

Em resumo, “a aprovação da combinação de capivasertibe com fulvestranto no Brasil representa uma grande esperança para pacientes com câncer de mama avançado e alterações em PIK3CA/AKT1/PTEN. Essa inovação terapêutica reforça a importância da medicina de precisão e abre caminho para novas pesquisas e tratamentos mais eficazes no futuro”.

Foto: Divulgação