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⭐ Piracicaba, 1 de abril de 2025 ⭐

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Mounjaro será vendida no Brasil a partir de junho de 2025: entre promessas e cuidados, o que você precisa saber

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A cobertura sobre a “caneta americana” que promete emagrecimento rápido cresce nas redes e portais de notícia, mas médicos alertam para os riscos da automedicação.

Nos últimos meses, o Mounjaro se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e nos veículos de comunicação do país. Apelidado de “caneta americana” por sua origem nos Estados Unidos, o medicamento à base de tirzepatida ganhou destaque por promover perda de peso significativa, além de tratar o diabetes tipo 2. Mas essa explosão de popularidade levanta um alerta: até que ponto a exposição midiática está incentivando o uso sem acompanhamento médico?

O Dr. Danilo Matsunaga, médico e referência em saúde hormonal, explica que o Mounjaro foi aprovado no Brasil apenas para o tratamento de diabetes tipo 2.

“É importante deixar claro que ainda não existe liberação para o uso da tirzepatida com foco em emagrecimento. O efeito colateral da perda de peso existe, mas não é a indicação principal do medicamento no país”, afirma o especialista.

A caneta, que será vendida no Brasil a partir de junho de 2025, tem preço estimado de R$ 6.000. Mesmo com valores elevados, há uma forte demanda por informações, motivada por celebridades e influenciadores que falam abertamente sobre os resultados obtidos com o uso do produto. Isso tem levado muitos brasileiros a buscar a medicação fora do país ou em canais não oficiais.

“O perigo está em seguir conselhos da internet sem orientação profissional. Cada organismo responde de uma maneira e, sem o devido acompanhamento, o risco de efeitos colaterais aumenta muito”, alerta Dr. Danilo.

Ele ainda reforça que o Mounjaro é um medicamento de uso controlado e deve ser prescrito após uma avaliação clínica detalhada.

Apesar dos benefícios potenciais, o uso indiscriminado pode causar efeitos como náuseas, vômitos, diarreia, entre outros.

“Não é uma caneta mágica, como muitos influenciadores estão vendendo. É uma ferramenta poderosa, sim, mas deve ser usada com cautela e responsabilidade”, reforça Matsunaga.

A forma de aplicação — uma caneta injetável de uso único — também chama atenção. Diferente de outros medicamentos, o Mounjaro não permite divisão de doses, o que aumenta o custo do tratamento e reforça a importância do uso supervisionado.

“Não existe economia quando se trata de saúde. O barato pode sair caro se o paciente usar uma dose inadequada”, comenta o médico.

Muitos veículos de imprensa têm abordado o tema sob uma perspectiva sensacionalista, focando nos quilos perdidos e nas fotos de antes e depois.

“Esse tipo de narrativa cria expectativas irreais. Precisamos promover uma discussão mais técnica, que ajude o paciente a entender os benefícios e limites da medicação”, pontua Dr. Danilo.

A expectativa de chegada do Mounjaro ao Brasil vem acompanhada de campanhas publicitárias e debates sobre planos de saúde, acessibilidade e até regulamentação do uso para obesidade. Enquanto isso, médicos alertam para a importância de buscar fontes confiáveis de informação.

Para o Dr. Danilo Matsunaga, a comunicação clara entre médico e paciente será essencial nos próximos meses.

“A cobertura da mídia tem seu papel, mas cabe a nós, profissionais da saúde, trazer equilíbrio à conversa. A saúde não é moda. E medicamento nenhum substitui o acompanhamento médico e a mudança de estilo de vida.”

Diante da avalanche de informações — e desinformações — é fundamental que o público entenda: o Mounjaro pode ser um aliado no tratamento de doenças crônicas, mas seu uso precisa ser feito com responsabilidade, segurança e orientação profissional.

Foto: Banco de Imagem

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