A Dra. Greyce Lousana, presidente executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica, ressalta a importância da vigilância constante dos habitats onde os vírus circulam para evitar novas pandemias. Segundo a OMS, 75% das doenças infecciosas têm origem em animais.
Na última sexta-feira, 16 de maio, o Ministério da Agricultura confirmou o primeiro caso de gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul. Globalmente, desde 2003, foram notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS) um total de 874 infecções humanas por Influenza Aviária (IA), incluindo 458 óbitos, caracterizando alta letalidade. No Brasil, em 15 de maio de 2023, ou seja, há pouco mais de dois anos, o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (DSA/SDA/Mapa) notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) as primeiras detecções de influenza aviária em aves silvestres. Nos Estados unidos, pesquisadores da Universidade Estadual do Colorado (CSU) ressaltam que gripe aviária, identificada cientificamente como H5N1, vem causando preocupação.
“Embora ainda seja rara entre humanos, o aumento dos casos alerta pesquisadores, médicos e veterinários. E não à toa, surtos como ebola e covid foram de origem animal”, ressalta a Dra. Greyce Lousana, presidente executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica, médica veterinária e uma das maiores referências em pesquisa clínica no País.
A Dra. Greyce aponta que, de acordo com últimos dados da Organização Mundial da Saúde Animal, corroborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 75% das doenças infecciosas emergentes que afetam humanos vieram dos animais. Além disso, 80% dos agentes que apresentam potencial para serem usados como armas de bioterrorismo são patógenos zoonóticos.
“A próxima pandemia não será evitada apenas com vacinas, mas com vigilância constante dos habitats onde os vírus circulam. Se não tivermos uma interação entre médicos veterinários e demais profissionais de saúde, o futuro da humanidade será cada vez mais caótico. É fundamentar termos uma visão ampla nesse ecossistema”, reforça a especialista. Dentro desse contexto, a Medicina Veterinária atua como um pilar essencial na prevenção de futuras epidemias.
A integração dos esforços da medicina veterinária com os demais segmentos da saúde humana não é apenas uma necessidade emergente, mas um caminho vital para a manutenção da saúde global. A prevenção eficaz de pandemias futuras depende de uma abordagem holística, onde a colaboração interdisciplinar é mais do que recomendada, é essencial.
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