Medida busca pressionar imigrantes indocumentados a deixarem o país voluntariamente; financiamento da operação ainda é incerto
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou uma ampliação significativa na estrutura de fiscalização da imigração no país.
Por meio de uma ordem executiva emitida na última sexta-feira, Trump instruiu o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) a aumentar em pelo menos 20 mil o número de agentes dedicados à deportação de imigrantes.
A iniciativa faz parte de um plano mais amplo do governo republicano para reforçar o controle de fronteiras e estimular a autodeportação de imigrantes indocumentados, ou seja, que eles deixem voluntariamente o território americano diante da intensificação da fiscalização.
Expansão sem detalhamento de custos
Apesar da contundência da medida, a ordem executiva não especifica como será feito o financiamento para a contratação e treinamento dos novos agentes, o que representa um dos principais entraves logísticos para sua execução.
Estima-se que os custos possam ser elevados, envolvendo também infraestrutura, veículos, tecnologia e recursos judiciais.
Além do fator financeiro, analistas apontam outros desafios, como o recrutamento em tempo hábil e o impacto sobre comunidades imigrantes, inclusive aquelas com laços familiares e trabalhistas consolidados nos EUA.
A decisão reforça a linha dura do ex-presidente Trump em relação à imigração — um dos temas centrais de sua plataforma desde a campanha presidencial de 2016.
Sua retórica e medidas já geraram divisões internas e críticas de organizações de direitos humanos, que alertam para o risco de violações legais e humanitárias.
Para brasileiros residentes nos Estados Unidos, principalmente em estados como Flórida, Massachusetts e Califórnia, a notícia reacende o clima de incerteza e temor quanto à permanência no país.
Muitos vivem em situação irregular e podem ser afetados diretamente pelas novas ações do DHS.
Ainda que Piracicaba não esteja no foco direto da política migratória americana, os efeitos indiretos são reais e possíveis, sobretudo pela forte ligação com a comunidade brasileira no exterior.
A cidade deve se preparar para acolher retornados, lidar com mudanças no fluxo de recursos externos e oferecer apoio social e psicológico às famílias atingidas.