Presidente americano diz que “olharia os fatos”, enquanto aliados do rapper se aproximam da Casa Branca
Durante um evento oficial na Casa Branca, realizado nesta sexta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou pela primeira vez a possibilidade de conceder perdão presidencial ao rapper Sean “Diddy” Combs, que responde a graves acusações criminais na Justiça americana.
“Primeiro, eu daria uma olhada no que está acontecendo”, declarou Trump, ao ser questionado sobre o assunto. “Ele gostava muito de mim, mas acho que quando me candidatei, esse relacionamento acabou. Bem, ninguém perguntou. Eu sei que as pessoas estão pensando nisso. Eu olharia os fatos”.
O artista, um dos nomes mais influentes da música urbana mundial, foi preso em setembro de 2024, acusado de envolvimento com associação criminosa, tráfico sexual mediante coerção, fraude e participação em rede de prostituição. Diddy nega todas as acusações e se declara inocente.
Bastidores políticos
Segundo informações publicadas pela revista americana Rolling Stone, pessoas próximas ao rapper vêm buscando articular apoio político junto a aliados de Trump, com o objetivo de garantir um eventual perdão presidencial ou redução da pena, caso ele seja condenado.
Fontes ouvidas pela revista afirmam que, apesar de Diddy não simpatizar pessoalmente com o atual presidente, estaria “disposto a tudo para evitar a prisão”. A pena para os crimes investigados pode chegar à prisão perpétua, conforme a legislação vigente nos Estados Unidos.
Nos últimos meses, essas movimentações políticas se intensificaram após a vitória de Trump nas eleições de novembro, reacendendo debates sobre o uso estratégico do perdão presidencial — um recurso previsto na Constituição americana e que já foi utilizado anteriormente por Trump em casos de forte apelo político e midiático.
De festas a tribunais
Diddy e Trump frequentaram o mesmo círculo social por anos, antes de suas trajetórias públicas se distanciarem. Em uma das faixas mais conhecidas do rapper, “We Gon’ Make It”, há referência direta a Trump, ao lado de outros bilionários americanos: “Esse dinheiro de Bill Gates, Donald Trump, Bloomberg”.
Agora, o que antes era um símbolo de ostentação e sucesso, se transforma em possível instrumento de sobrevivência judicial.
Um caso que desperta atenção internacional
As acusações contra o artista repercutem intensamente na imprensa internacional, reacendendo discussões sobre abusos na indústria do entretenimento e a responsabilidade de figuras públicas envolvidas em escândalos sexuais e criminais.
Embora o presidente dos EUA tenha afirmado não estar acompanhando o caso de perto, suas declarações deixam em aberto a possibilidade de interferência direta em um processo judicial de grande repercussão — uma atitude que, se confirmada, deverá gerar reações tanto no meio político quanto na sociedade civil.