Medida é vista como provocação direta ao presidente chinês Xi Jinping e agrava tensões diplomáticas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana uma medida polêmica: o cancelamento dos vistos de entrada e permanência de estudantes chineses em universidades e instituições norte-americanas.
A decisão, segundo aliados republicanos, teria o objetivo de conter supostas ações de espionagem e proteger a segurança nacional dos Estados Unidos.
A medida foi revelada por Marco Rubio, secretário de Estado no atual governo, durante um pronunciamento oficial nesta quarta-feira. Segundo ele, o governo norte-americano enxerga com preocupação o crescente número de estudantes ligados a instituições chinesas que teriam vínculos com o Partido Comunista Chinês.
A decisão repercutiu fortemente no cenário internacional.
Para analistas políticos, trata-se de uma resposta direta ao governo de Xi Jinping em meio à escalada de tensão entre as duas potências, sobretudo nas áreas de tecnologia, comércio e segurança cibernética.
A China, por sua vez, já classificou a atitude como “discriminatória e hostil”, prometendo responder com medidas proporcionais.
Especialistas alertam que a medida pode ter impacto negativo no sistema educacional norte-americano, que recebe milhares de estudantes chineses por ano e depende, em muitos casos, das altas mensalidades pagas por esse público.
Em um cenário de crescente polarização global, quais os limites entre segurança nacional e xenofobia velada?
E os impactos para o Brasil?
Embora a medida seja, neste momento, exclusiva para estudantes chineses, o episódio gera preocupação entre estudantes de outras nacionalidades que residem ou planejam estudar nos Estados Unidos — incluindo os brasileiros.
O temor é que políticas migratórias mais rígidas ganhem força em nome da segurança nacional, afetando negativamente a mobilidade acadêmica global.
O Brasil é hoje um dos países com maior número de estudantes em intercâmbio nos Estados Unidos, ocupando tradicionalmente posições de destaque nos relatórios do Institute of International Education (IIE). Universidades como Harvard, MIT, Stanford e UCLA têm atraído anualmente centenas de brasileiros em programas de graduação, pós-graduação e pesquisa.
Especialistas alertam que, embora a decisão não tenha efeito direto sobre os brasileiros, o endurecimento da retórica de Trump pode abrir precedentes para ações semelhantes voltadas a outros países considerados “estratégicos” na disputa geopolítica.
Também há preocupação de que a crescente tensão internacional crie um ambiente de insegurança e xenofobia, afetando negativamente a experiência acadêmica dos estudantes estrangeiros.