Terremoto no Chile testa protocolos de evacuação e destaca desafios da prevenção a desastres
Na manhã desta sexta-feira (2), um terremoto de magnitude 7,5 na escala Richter atingiu a região sul do Chile, nas proximidades de Puerto Williams, localizada no arquipélago da Terra do Fogo. O sismo, com epicentro a cerca de 218 quilômetros ao sul da cidade, ocorreu a uma profundidade de 10 km, na Passagem de Drake — área conhecida por intensa atividade sísmica e marítima.
Alerta de tsunami e evacuação preventiva
Logo após o tremor, o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Armada do Chile (SHOA), em conjunto com o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred), emitiu alerta de tsunami para toda a costa da região de Magalhães e do Território Antártico Chileno.
A ordem imediata foi de evacuação preventiva das zonas litorâneas, incluindo as cidades de Puerto Williams, Punta Arenas e bases logísticas no continente antártico. A população foi orientada a buscar áreas elevadas. A operação de evacuação, segundo as autoridades locais, foi conduzida de forma organizada e sem pânico.
Algumas horas após o terremoto, o alerta foi reduzido para estado de precaução, permitindo que moradores retornassem às suas casas. Entretanto, atividades como navegação e pesca seguem suspensas como medida de segurança. Até o momento, não foram registrados feridos ou danos estruturais relevantes.
Reação do governo chileno e impacto internacional
O presidente Gabriel Boric, natural de Punta Arenas, suspendeu sua agenda oficial para acompanhar pessoalmente os desdobramentos. Comitês de emergência foram ativados em nível nacional e regional. O terremoto também foi sentido na cidade argentina de Ushuaia, onde houve paralisação temporária de atividades náuticas no Canal de Beagle.
A resposta das autoridades chilenas é considerada rápida e eficiente, graças à sólida cultura de prevenção e protocolos sísmicos amplamente aplicados em regiões vulneráveis.
Comparativo com a última catástrofe natural em Piracicaba
Embora Piracicaba não esteja em área de risco sísmico, o município enfrenta desafios relacionados a eventos climáticos extremos. A última catástrofe natural significativa ocorreu em janeiro de 2024, quando fortes chuvas causaram o transbordamento do Rio Piracicaba e seus afluentes. Bairros como Jardim Monte Líbano, Ártemis e Santa Rosa foram severamente atingidos, com dezenas de famílias desalojadas e interrupções no abastecimento de água e energia.
Na ocasião, a Defesa Civil local precisou montar abrigos temporários e interditar pontes e vias principais, como a Avenida Beira Rio. Diferentemente do evento sísmico no Chile, que contou com evacuações preventivas rápidas e estruturadas, Piracicaba ainda carece de sistemas de alerta precoce e de um plano municipal de contingência amplamente divulgado à população.
A comparação entre os eventos evidencia a necessidade de fortalecer a preparação para desastres naturais no Brasil, com investimento em prevenção, resposta integrada e conscientização pública — especialmente em um cenário de mudanças climáticas cada vez mais frequentes e severas.