Estudo apontou também que em ambientes urbanos, as capivaras ficam em espaços ainda mais reduzidos durante o dia
Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) analisou a vida das capivaras em seu habitat natural, no Pantanal do Mato Grosso, e em ambientes urbanos, como em Piracicaba.
Os pesquisadores constataram que a concentração de capivaras em espaços reduzidos na cidade favorece a proliferação do carrapato estrela, transmissor da febre maculosa.
A gente encontrou que essas capivaras, nas paisagens naturais do pantanal se movimentam por maiores distâncias que aqui no Estado de São Paulo”, disse a pesquisadora Beatriz Lopes.

O estudo apontou também que em ambientes urbanos, as capivaras ficam em espaços ainda mais reduzidos durante o dia. “Bem próximo de açudes em áreas florestais. Essas áreas são de condições ideais para o desenvolvimento do carrapato. Isso pode contribuir para a contaminação, tanto das capivaras como dos carrapatos, com a bactéria transmissora da febre maculosa”, disse.
O ideal é evitar as áreas com a presença de capivaras. Mas, ainda assim, se frequenta o for picado por um carrapato a chance de infecção não é de 100%.
Mas, no caso da pessoa pegar um carrapato e ele estar contaminado com a bactéria, a recomendação é que ela tenha em mente que ela esteve em um local com risco de transmissão e, assim que aparecer algum sintoma, principalmente febre, a pessoa procure um serviço de saúde imediatamente”, disse Beatriz.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica, em Piracicaba, no ano passado, foram notificados 50 casos suspeitos de febre maculosa, mas foram confirmados seis casos da doença e quatro mortes.
A Prefeitura alerta, porém, que é preciso considerar, que as informações são provisórias e podem ser alteradas de acordo com o resultado das investigações que são feitas.
As doenças de notificação compulsória agudas geralmente são notificadas como suspeitas do agravo, com 60 dias para conclusão da investigação, inclusive confirmando ou descartando o caso e também registrando a evolução final, cura ou óbito. Porém pode ocorrer demora no resultado do exame, que aumenta esse prazo. Outra situação é o recebimento de casos nossos que são assistidos em outros municípios. Esses demoram mais para entrar, pois vem por fluxo de retorno do Ministério, via sistema de notificação”, explicou a Vigilância Epidemiológica.
Em Piracicaba, várias ações são realizadas para combater a doença. O trabalho do Centro de Zoonoses com relação à Febre Maculosa está centrado no monitoramento e controle de populações de carrapatos-estrela em ambientes naturais, bem como, determinação do LPI – Local Provável de Infecção (para casos confirmados ou suspeitos da doença) ou Local Provável de Infestação (para casos de infestação humana sem contaminação pela febre maculosa), para trabalhos de prevenção e informação junto à população, evitando-se assim, a exposição de pessoas ao risco de contágio pela febre maculosa.