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⭐ Piracicaba, 20 de abril de 2025 ⭐

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Obesidade e fertilidade: os efeitos da gordura corporal em excesso na capacidade reprodutiva

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Em boa parte dos casos o emagrecimento é capaz de restaurar a fertilidade

Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 22,4% da população adulta brasileira apresenta obesidade.

A alta prevalência da doença mostra um panorama preocupante, já que ela costuma estar também associada a outras complicações, sendo um fator de risco, por exemplo, para vários tipos de câncer, problemas cardiovasculares, hipertensão e diabetes.

Quando se fala em fertilidade não é diferente – o excesso de peso pode ser realmente um vilão da capacidade reprodutiva.

Segundo a ginecologista e obstetra, especialista em Reprodução Humana e integrante da Famivita Mariana Grecco, o aumento do tecido adiposo, ou seja, a gordura corporal em grande quantidade, pode levar a danos nas células, causados pelo acúmulo de radicais livres, provocando o chamado “estresse oxidativo”.

Tal contexto traz, ainda, um processo crônico de inflamação ao organismo de homens e mulheres, comumente atingindo a fertilidade, pois afeta o metabolismo, refletindo em alterações hormonais significativas.

Para as mulheres, por exemplo, Mariana explicou que a obesidade pode atrapalhar o ciclo menstrual, o que inclui a ausência de ovulação ou uma ovulação deficiente, diminuindo as chances de engravidar.

Além disso, pode haver uma maior dificuldade para a implantação do embrião no endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, acrescentou.

Noutra frente do problema, alterações de um hormônio conhecido como “leptina”, que é encontrado em grande quantidade em mulheres com obesidade, também vêm sendo associadas à uma menor fecundidade.

Alguns estudos apontaram, igualmente, que a obesidade está ligada a uma redução dos resultados positivos em tratamentos de reprodução assistida, conforme destacou a especialista.

Em relação aos homens, o sêmen é como se fosse um indicador da saúde do organismo deles e se há um desequilíbrio no corpo, como aquele provocado pela obesidade, os gametas podem ser atingidos.

Por isso, a qualidade seminal e a menor produção de espermatozoides estão entre os impactos negativos, pois há uma alteração importante nos níveis hormonais masculinos, disse a médica.

Assim, esse cenário pode ocasionar, por exemplo, uma menor produção de testosterona e, por conseguinte, a perda da libido e a disfunção erétil.

Tenho obesidade: como posso aumentar as chances de engravidar?

Mariana Grecco pontuou que em boa parte dos casos, o emagrecimento é capaz de restaurar a fertilidade.

Uma capacidade reprodutiva adequada está definitivamente vinculada a uma nutrição saudável. Praticar exercícios físicos e ter uma alimentação balanceada podem ser as primeiras medidas para isso, afirmou.

Algumas das intervenções terapêuticas incluem o uso de suplementos e medicamentos, e Mariana também destacou o quanto agrega ao tratamento dispor de um acompanhamento multiprofissional.

Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve que os casais que não utilizam métodos contraceptivos durante 12 meses e não conseguem engravidar podem ser inférteis.

Para mulheres acima de 35 anos, a recomendação de avaliação médica é a cada 6 meses de tentativas sem resultado.

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