Com informações da Agência Brasil
Setor de viagens foi diretamente afetado pela pandemia, mas agora mostra reação
A emissão de passaportes ganhou força no terceiro trimestre deste ano e teve alta de 53% na comparação com o total emitido no segundo trimestre. Em relação ao primeiro trimestre, a alta foi de 45%.
De acordo com o gestor do posto de emissão de passaportes da Polícia Federal, Kleiton Teixeira de Carvalho, de janeiro a março deste ano foram expedidos 3.339 passaportes. O número caiu para 3.159 no período abril, maio e junho, mas ganhou força em julho, agosto e setembro, quando 4.848 documentos foram expedidos.
O setor foi diretamente afetado pela pandemia do coronavírus. No ano passado, houve redução dos agendamentos devido à gravidade da pandemia e restrições de entrada de estrangeiros na maioria dos países. Neste ano, a situação persistiu, principalmente no primeiro semestre.
De janeiro a junho deste ano, o total de passaportes emitidos somou 6.498, número 34,6% inferior ao verificado no primeiro semestre de 2020. Para se ter uma ideia de como a Covid-19 afetou as viagens internacionais. O número de emissões no primeiro semestre deste ano caiu 75% na comparação entre o primeiro semestre de 2019, quando não havia pandemia.
Neste fim de ano houve melhora, mas muita gente que já tinha comprado passagem, hotel, está remarcando. Por isso, acho que deve faltar produto para a venda, principalmente para destinos no Brasil. O movimento está voltando, não ao que era ainda, mas, com certeza, em 2022, volta ao normal”, disse o proprietário da Monte Alegre Turismo, Aldano Beneton.
Ele alerta que as viagens para o exterior também devem receber mais procura.
Vai aumentar (a procura). O consulado americano está com muita fila e o pessoal está esperando um pouco para tirar o passaporte”, disse. Segundo ele, Miami e Lisboa são, atualmente, os destinos no exterior mais procurados pelos piracicabanos.
Retomada
Seminários, congressos, shows. Por causa da pandemia, muitos eventos foram suspensos e outros acabaram migrando para o mundo digital. Mas, para quem tinha viagens de férias, o jeito foi esperar.
Foi o caso da assessora diplomática Sâmara Formiga, que precisou a adiar por duas vezes a viagem de lua de mel prevista, inicialmente, para março de 2020. Somente agora, ela e o marido se sentem seguros e farão a esperada viagem.
Agora, completamente vacinada, meu marido também e o número de casos caindo, o número de mortes caindo eu me sinto mais segura em poder está realizando essa viagem. Estamos agora planejando para fazer essa viagem em janeiro, para a região dos Lagos. Agora sim, eu me sinto completamente segura para viajar”, disse Sâmara.
Assim como Sâmara, outras pessoas tiraram os planos de viagens da gaveta. Um alívio para o setor de turismo que, durante a pandemia, acumulou um prejuízo estimado em R$ 962 bilhões, só no Brasil.
O reaquecimento do setor está acelerado. Bom para o empresário e bom para o trabalhador. O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, Alexandre Sampaio, estima que, após a temporada de final de ano, o número de empregados contratados chegue a um milhão, mesmo patamar de antes da pandemia.
Há uma oferta de emprego de 180 mil vagas, que estão sendo ofertadas pelo trade turismo. Nós estamos estimando então que nós vamos chegar a quadro funcional de pessoas empregadas, após a temporada, mais ou menos 1,1 milhão de pessoas trabalhando no setor como um todo”, afirma Alexandre.
Segundo Alexandre Sampaio, essa recuperação é impulsionada pelo turismo e negócios domésticos, cenário que deve permanecer no próximo ano. Ele acredita que a recuperação total das perdas financeiras só deve ocorrer no verão de 2023.
Para acelerar a retomada do turismo, muitos hotéis estão oferecendo pacotes onde o executivo que viaja a negócios pode levar a sua família, aliando trabalho e lazer.