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⭐ Piracicaba, 22 de setembro de 2024 ⭐

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Médico do Trabalho da Santa Casa destaca importância da prevenção a LER/Dort

Andre Gusmão (2)

Santa Casa de Piracicaba tem comissão interna que promove ergonomia no ambiente hospitalar

 

Um estudo do Ministério da Saúde divulgado em 2018, o mais recente, revelou um cenário preocupante para os trabalhadores brasileiros: as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e os Dort (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) despontam como as principais enfermidades que impactam esse grupo. De acordo com os dados compilados pelo Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) entre 2007 e 2016, houve um aumento significativo de 184% nos casos notificados à pasta, totalizando 67.599 registros nesse período no País.

Os afastamentos previdenciários por tais distúrbios evidenciam uma realidade que demanda atenção especial, sobretudo no que diz respeito ao público feminino entre 40 e 45 anos, principal grupo afetado por essas condições. No Dia Mundial de Combate às LER/Dort, 28 de fevereiro, o médico do trabalho da Santa Casa de Piracicaba, André Gusmão (CRM 126.117), fala sobre a importância da prevenção.

“LER/Dort, embora não sejam doenças específicas, englobam uma gama de patologias, especialmente dos membros superiores, decorrentes de lesões por esforço repetitivo”, explica o médico ao salientar ainda que o risco de postura inadequada juntamente com esforço físico e repetitividade são as principais causas de adoecimento. Gusmão, enfatiza que essas condições, classificadas como tipo 2 na Classificação de Schilling, têm o trabalho como fator contributivo para o adoecimento, embora não seja necessariamente determinante. Ele ressalta a importância de um diagnóstico anatômico preciso para o tratamento adequado dessas patologias.

“Em 2019, o Brasil registrou o afastamento de 39 mil trabalhadores pela Previdência Social devido a doenças osteomusculares ou distúrbios, o que reforça a urgência de medidas preventivas”, disse. Gusmão destaca ainda que a prevenção é fundamental no tratamento de LER/Dort, e isso inclui melhorias nos locais de trabalho por meio de estudos ergonômicos.

Na Santa Casa de Piracicaba, por exemplo, desde 2015 foram implementadas medidas para promover a ergonomia no ambiente hospitalar. Todas as mudanças ocorridas foram alinhadas com a norma regulamentadora de ergonomia (NR 17), que estabelece, entre outras ações, parâmetros para prevenir problemas relacionados à digitação e uso de computadores. Entre essas melhorias, destacam-se a aquisição de guinchos humanos, visando reduzir o esforço na enfermagem e áreas como lavanderia e limpeza.  A melhoria do mobiliário, com a introdução de cadeiras ajustáveis, também refletiu o conceito fundamental da ergonomia: adaptar o ambiente de trabalho às necessidades do indivíduo.

Além da prevenção primária, que envolve medidas ergonômicas para redução do risco ocupacional, Gusmão destaca a importância da prevenção secundária, que inclui o diagnóstico precoce e o tratamento específico, como fisioterapia e afastamento temporário do trabalho, quando necessário. Para os casos que evoluem para doença crônica, a prevenção terciária entra em cena, com a redução de danos por meio de ajustes no ambiente de trabalho e remanejamento de atividades.

“A prevenção é a chave para evitar que LER/Dort ocorram”, afirma Gusmão, ao reforçar ainda a necessidade de manter o corpo ativo e fortalecido por meio da prática de atividades físicas”. Ele destaca ainda a importância de investimentos por parte das empresas em ambientes de trabalho que permitam que os funcionários desempenhem suas atividades sem riscos à saúde. Na Santa Casa de Piracicaba, medidas como a realização de laudos ergonômicos e a criação de um comitê de ergonomia contribuíram significativamente para mitigar os riscos de adoecimento entre os funcionários.