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⭐ Piracicaba, 20 de setembro de 2024 ⭐

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Epilepsia, impulsos elétricos que resultam em ‘curto-circuito’

Dinark Viana (1)

Atualmente, cerca de 2% da população brasileira tem epilepsia, de acordo com a OMS

 

A epilepsia é uma condição neurológica crônica caracterizada por crises recorrentes (entre elas a convulsão). O Dia Internacional da Epilepsia, 12 de fevereiro, foi criado com o objetivo aumentar a conscientização e promover a compreensão e apoio às pessoas que vivem com essa condição neurológica. Atualmente, cerca de 2% da população brasileira tem epilepsia, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Segundo o neurocirurgião da Santa Casa de Piracicaba, Dinark Viana, a epilepsia é uma atividade elétrica cerebral anormal. É causada pela emissão de sinais, descargas ou impulsos elétricos incorretos feitos pelos neurônios, que resultam em uma espécie de “curto-circuito”. Dependendo da área que ocorre esse curto, a pessoa pode apresentar um sintoma específico. “Por exemplo, uma crise motora na área correspondente ao braço, pode fazê-lo movimentar repetidamente, sem um controle consciente”.

“Existem vários tipos de síndromes epilépticas e os sintomas podem variar amplamente de pessoa para pessoa gerando diversos tipos de ataques ou crises epilépticas.A convulsão é apenas um tipo mais intenso de ataque epilético, no qual a pessoa perde os sentidos e se debate, podendo morder a língua e urinar na roupa”, explica Dinark. As causas da epilepsia, de acordo com o neurocirurgião, podem incluir lesões e tumores cerebrais, anormalidades no desenvolvimento cerebral, infecções, distúrbios genéticos ou condições médicas subjacentes.

“Já o diagnóstico geralmente é feito com base no histórico médico do paciente, exames eletrofisiológicos, como o mapeamento cerebral e imagens cerebrais, como a ressonância magnética”, salienta. De acordo com Dinark, o tratamento da epilepsia geralmente envolve medicação antiepiléptica para controlar os ataques. “Em alguns casos, a neurocirurgia pode ser uma opção para remover áreas do cérebro que estão causando os disparos elétricos anormais.

“A epilepsia é uma condição crônica, mas muitas pessoas com epilepsia são capazes de levar uma vida normal com tratamento adequado. No entanto, é importante que esses pacientes recebam acompanhamento médico regular”, alerta o neurocirurgião.

Um dos principais desafios no tratamento da epilepsia é encontrar a combinação correta de medicamentos para controlar as crises, pois a resposta pode variar de pessoa para pessoa. “Hoje em dia, com desenvolvimento de drogas mais novas como o Levetiracetam e a Lacosamida, o controle desses ataques tem sido mais efetivo. Além do mais o uso de cannabis medicinal, como o canabidiol, tem crescido, com resultados muito promissores no controle dessa mórbida doença”, explica Dinark.

“Atualmente, muitos pacientes ainda enfrentam estigma e discriminação devido à falta de compreensão sobre essa condição e, por essa razão, o apoio e a educação são fundamentais para pacientes epilépticos. É importante que eles tenham acesso às informações precisas e apoio emocional para gerenciar sua condição de forma mais segura e eficaz”, enfatiza Dinark.

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