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Complicações da Doença de Crohn causam morte; diagnóstico precoce salva vidas

Doença de Crohn

Cantor Adrián Olivares faleceu aos 48 anos; patologia cresce 12% ao ano no Brasil e especialista orienta sobre sintomas e tratamento

 

A Doença de Crohn é um distúrbio inflamatório do trato gastrointestinal, A patologia causa inúmeros sintomas. “Diarreia intensa, presença de sangue nas fezes, dor abdominal, febre, perda de peso, desnutrição, lesões ao redor do ânus e outros, que podem afetar desde a boca até o ânus”, explica Luiz Bertoncello, coloproctologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP). O problema merece atenção especial e o diagnóstico precoce é importantíssimo para evitar complicações e o desfecho triste, como no último dia 8, com a morte do cantor Adrián Olivares, que fez parte da banda Menudo.

De acordo com um estudo da USP (Universidade de São Paulo) sobre tendências de doenças inflamatórias intestinais no Brasil, publicado pela revista The Lancet Regional Health Américas, a Doença de Crohn cresce 12% ao ano no Brasil, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste. “É uma das mais frequentes alusivas à inflamação intestinal, ao lado da retocolite ulcerativa. Apesar de distintas, elas têm algumas semelhanças: são crônicas, de longa duração, têm recorrência (recaída) e períodos de bem-estar (remissões), geralmente afetam pessoas entre 10 e 40 anos de idade, mas também podem surgir em idosos. Ambas são relacionadas com a autoimunidade do paciente”, destaca o especialista.

Segundo Bertoncello, a doença tem causas complexas, que podem ter relação com imunidade, fatores ambientais, infecciosos e genéticos. “O diagnóstico envolve uma avaliação clínica e uma série de exames, como análises de sangue, fezes, colonoscopia e/ou endoscopia com biópsia, além de exames de imagem”.

O tratamento varia conforme o estágio. “O reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental para um tratamento eficaz. Por isso, consultar um especialista é crucial para prevenir complicações, como intervenções cirúrgicas, por exemplo. Com o acompanhamento adequado, é possível obter uma melhora significativa da qualidade de vida, uma vez que a doença não tem cura, mas pode ser controlada”, conclui.