Conhecer os fatores de risco pode ajudar na prevenção e no diagnóstico precoce da doença, que afetará mais de 660 mil pessoas até 2040
Junho é o mês dedicado também à conscientização sobre o câncer de rim, doença que muitas vezes passa despercebida até atingir estágios mais avançados.
Por isso, a campanha “Junho Verde” foi criada para lembrar a população sobre os sintomas, fatores de risco, métodos diagnósticos e opções de tratamento para essa condição.
Segundo a médica oncologista Kátia Fitas Loureiro, do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, embora o câncer renal seja uma doença relativamente rara, representando apenas 3% dos tumores malignos que acometem geralmente adultos entre os 50 e 70 anos em todo o mundo, estima-se que em 2025 cerca de 12 mil novos casos de câncer renal sejam diagnosticados somente no Brasil, com cerca de 4 mil óbitos.
Isso porque a incidência global de câncer renal tem aumentado, com estimativas de que a doença possa afetar mais de 660 mil pessoas em 2040.
“Portanto, realizar exames de rotina, especialmente exames por imagem, é importante para a detecção precoce da doença de forma a evitar procedimentos mais invasivos”, alertou a oncologista.
Ela explica que este tipo de câncer apresenta crescimento descontrolado das células do rim, formando tumores malignos de diferentes tipos, sendo o mais comum o carcinoma de células renais (CCR). Mas há também o carcinoma de células transicionais e o tumor de Wilms, mais comum em crianças.
Outro alerta é que, nos estágios iniciais, o câncer de rim raramente apresenta sintomas claros que, quando aparecem, podem incluir sangue na urina (hematúria), dor persistente nas costas ou na lateral; perda de peso inexplicável; fadiga e febre intermitente
Desta forma, conhecer os fatores de risco pode ajudar na prevenção e no diagnóstico precoce dessa patologia.
Ela alerta para alguns dos principais fatores, que incluem histórico familiar, pois ter parentes próximos com câncer de rim pode aumentar o risco para a doença; tabagismo, uma vez que fumantes têm maior probabilidade de desenvolver a doença; obesidade, tendo-se em vista que o excesso de peso está relacionado ao aumento do risco de vários tipos de câncer; hipertensão; e exposição a algumas substâncias químicas, a exemplo do tricloroetileno.
“Neste cenário, o diagnóstico precoce é crucial para o tratamento eficaz da doença”, afirma Kátia Loureiro, lembrando que métodos comuns incluem exames de imagem como ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que ajudam a visualizar os tumores. “Além disso, análises de sangue, urina e biópsia podem ser solicitados”, complementou a oncologista.
Ela informa, ainda, que embora varie conforme o estágio e o tipo do tumor, o tratamento do câncer de rim pode exigir cirurgia, terapia alvo com medicamentos, imunoterapia e radioterapia.
“Mesmo que não seja possível prevenir todos os casos de câncer de rim, considerada uma doença silenciosa e geralmente diagnosticada por acaso através de exames de imagem, algumas medidas podem reduzir o risco, como a manutenção de um peso saudável, evitar fumar, controlar a pressão arterial e o uso de sal, alimentar-se de forma equilibrada e evitar a exposição a substâncias químicas nocivas”, disse Kátia Loureiro.