Desde 2018

⭐ Piracicaba, 19 de setembro de 2024 ⭐

Pesquisar
Close this search box.

Publicidade

As vantagens da Tirzepatida sobre a Semaglutida nos tratamentos de obesidade e diabetes

Mounjaro-Vial-vertical

Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, fala sobre a expectativa para a chegada do Mounjaro (Tirzepatida) ao Brasil, já aprovado pela ANVISA e conhecido como o King Kong entre os fármacos, sucesso nos Estados Unidos.

Embora sejam medicamentos inicialmente utilizados no tratamento de diabetes, Tirzepatida e Semaglutida vêm demonstrando cada vez mais eficácia quando utilizados também para redução de peso. “A obesidade é uma preocupação global, com números alarmantes. A doença crônica ainda desencadeia outras cardiopatias sérias. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de 1 bilhão de pessoas portadoras da patologia, sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças”, ressalta a Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista.

Após o lançamento oficial do medicamento Wegovy (Semaglutida), que passou a ser comercializado no Brasil em julho e já apresenta dosagem maior em relação ao Ozempic, a expectativa está sobre a chegada da Tirzepatida, com o nome comercial Mounjaro, já aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Elaine ressalta essa inovação é um outro medicamento revolucionário, conhecido como “king kong” entre os fármacos para o emagrecimento e tratamento do diabetes tipo 2. A médica comenta que ele é sucesso absoluto nos Estados Unidos por ser muito mais potente na melhora da glicose e no auxílio da perda de peso rápida. “Ele é o análogo de dois hormônios intestinais, GLP1 e GIP, que agem no hipotálamo, no centro da fome e saciedade. Diferentemente da Semaglutida, que é um análogo somente do hormônio GLP1”, explica a especialista.

Elaine comenta que, em estudos realizados pela Eli Lilly, laboratório responsável pela fórmula, em fase 3, houve uma redução média de 26,6% do peso dos participantes durante um ano e sete meses, o equivalente a 23kg em um paciente que pesava cerca de 104kg. Além disso, demonstrou a capacidade de reduzir em 94% o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em pacientes com pré-diabetes que vivem com obesidade ou sobrepeso.

“Esses medicamentos possuem eficácia e segurança cientificamente comprovadas para tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. Já temos estudo demonstrando que pacientes obesos, com doença cardíaca, usando semaglutida 2,4mg por semana reduziram em 20% os eventos cardíacos em comparação com o grupo que estava usando placebo”, complementa Elaine, também especialista em emagrecimento saudável.

A obesidade, em si, reflete em diversos outros sistemas do corpo: coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo. “Ela é capaz de provocar uma série de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como a própria diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer, bem como problemas de saúde mental”, explica Elaine.

A médica explica ainda que, assim como a diabetes, a obesidade é uma doença crônica, multifatorial e complexa. Existem diversos fatores relacionados ao sobrepeso e, por isso, é fundamental que o paciente faça uma avaliação com profissional da saúde, embasada em exames laboratoriais.

As principais características dos medicamentos, são:

Mounjaro – tirzepatida: Agonista dos hormônios intestinais GLP1 e GIP. Aprovado pela Anvisa em setembro de 2023, sem data para lançamento oficial no Brasil. É administrado também uma vez na semana, com doses de 5 mg, 10 mg até chegar a 15 mg.

Ozempic – semaglutida: agonista do hormônio intestinal GLP1. Já disponível no mercado nacional, para aplicação semanal de até 1mg. É indicado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2. Ele ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue em adultos com essa condição. É geralmente administrado uma vez por semana, com doses que variam de 0,5 mg a 1 mg.

Wegovy – semaglutida: também agonista do hormônio intestinal GLP1. Chegou ao mercado brasileiro em julho de 2024 com indicação para o tratamento da obesidade em adultos com um índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 kg/m² ou ≥ 27 kg/m², com comorbidades relacionadas ao peso, hipertensão, diabetes tipo 2 ou dislipidemia. É administrado uma vez por semana, com doses que aumentam progressivamente até 2,4 mg.

Publicidade