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⭐ Piracicaba, 21 de novembro de 2024 ⭐

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É possível preservar os dentes originais até a fase idosa?

Os cuidados corretos com os dentes fazem com que possamos preservá-los saudáveis até a fase idosa, diminuindo a necessidade de procedimentos invasivos para substituí-los. Confira algumas dicas da especialista em periodontia Dra. Manuela Netto.

É verdade que os dentes envelhecem, assim como o restante do organismo, mas, identificando de forma precoce os fatores que aceleram esse processo, podemos preservá-los.

A periodontista Dra. Manuela Netto sugere alguns cuidados que ajudam a criar uma rotina saudável de cuidados com a saúde bucal.

A primeira pergunta que deve ser feita é: como podemos identificar, em casa, se a nossa saúde bucal está boa?

Nesse caso, é preciso se atentar a 5 sinais:

  1. Ausência de sangramento gengival;
  2. Ausência de halitose;
  3. Ausência de dor;
  4. Integridade dos dentes;
  5. Ausência de lesões em língua, lábios, bochechas, gengivas e céu da boca que não cicatrizam em 7 dias.

Segundo Manuela, outro ponto importante é o sensorial. A língua é o “policial da boca” e é possível treiná-la para otimizar e garantir uma escovação eficiente.

“Minha dica é passar a língua por todos os dentes sentindo a textura da superfície após a higiene oral. Regiões ásperas requerem nova escovação, pois permaneceram sujas, já as regiões lisas são a garantia de limpeza correta. Dessa forma, a qualidade da escovação se transforma e o tempo investido em autocuidado se traduz em saúde, especialmente se associado a um acompanhamento periódico ao dentista”, explica a periodontista.

Vale também lembrar que a escovação da língua é muito importante.

Outro paradigma que precisa ser desmistificado é que quantidade é diferente de qualidade.

“Não traz saúde bucal escovar os dentes diversas vezes ao longo do dia, de forma incorreta ou incompleta. Por isso é fundamental uma orientação individualizada do seu dentista quanto à técnica e acessórios necessários para o seu caso. Mas existem algumas dicas que podem ser aplicadas amplamente por todos: em primeiro lugar, utilize o fio dental, que remove 40% da placa bacteriana dos dentes de regiões que a escova não alcança. Assim, quando a escova começar o trabalho, as substâncias terapêuticas da pasta dental conseguirão acessá-las mais facilmente”, orienta Manuela.

Outra dica é evitar o uso de escovas de dentes com cerdas mais duras e depositar força na escovação, pois causam uma escavação traumática. Cuidado também deve ser tomado com o uso do fio dental para evitar cortar ou empurrar a gengiva, pois movimentos de vai e vem causam o que chamamos de fissuras gengivais e não limpam de forma eficiente a placa bacteriana depositada entre os dentes. O uso de pastas clareadoras, pode ser prejudicial ao esmalte dental e também devem ser evitadas, assim como uma alimentação que inclui muito ácido ou açúcar.

Uma má escovação, resulta no acúmulo de sujeira nos dentes, chamada de placa bacteriana, que facilita a formação de “tártaro”. Este, uma vez formado, não pode ser removido com a escovação, sendo necessário uma profilaxia profissional feita pelo dentista. O tártaro por si só não é causador de doenças periodontais, mas sua superfície porosa permite uma maior adesão bacteriana, favorecendo o aparecimento de doenças periodontais.

Evidente que os cuidados específicos dependem de cada paciente, porém, estes cuidados gerais, somados a visitas periódicas ao dentista, vão contribuir para a saúde bucal. E, por falar em saúde bucal, vamos conhecer agora as principais doenças bucais.

A Dra. Manuela Netto aponta algumas das doenças mais comuns e como identificá-las:

Cárie, periodontite e envelhecimento bucal precoce são as principais doenças bucais nos dentes. Nas duas primeiras, causadas por placa bacteriana, a prevenção se dá através da higiene oral em casa, boa alimentação e acompanhamento com o dentista. Já a terceira é decorrente do estilo de vida: dietas ácidas, estresse e ansiedade, que geram apertamento dentário e bruxismo, e qualidade do sono. Se dá quando há um desgaste, ou seja, a boca exibe uma idade mais avançada do que a idade do paciente. O acompanhamento com o dentista torna-se ainda mais importante, já que em geral quase não tem placa bacteriana e o tratamento exige mudança no estilo de vida.

Condições como bruxismo podem ser aliviadas a partir de atividades relaxantes, como meditação, yoga, psicoterapia, entre outras, além da higiene e do sono. A cárie e periodontite, podem ser evitadas com uma boa escovação e uso correto do fio dental. Uma das dicas para minimizar o envelhecimento bucal precoce é evitar a alta e frequente ingestão de alimentos e bebidas ácidas, e se for o caso, é preferível beber sucos ácidos de canudo, diminuindo o contato do líquido com os dentes.

Algumas destas doenças não são facilmente identificáveis em casa como a periodontite. Além disso, durante consultas de revisão periódicas, o profissional poderá diagnosticar diversos outros fatores como a presença de lesões cariosas, sinais de desgaste dental, fratura de restaurações, lesões de tecido mole, monitoramento preventivo do câncer bucal, infecções oportunistas como candidíase ou herpes. Outro ponto importante nas consultas de manutenção preventiva é checar a eficiência da higiene bucal feita pelo paciente em casa e estimulá-lo a manter uma rotina saudável de higiene oral.

A especialista Manuela Netto ressalta a importância das inovações na área de odontologia:

“A profilaxia periódica profissional é, na verdade, um dos procedimentos básicos da manutenção preventiva, pois visa reduzir o risco às doenças causadas pela placa bacteriana e também identificar precocemente alterações para que possam ser tratadas da forma mais simples possível”.

“Existe atualmente no mercado um novo tratamento de profilaxia, a GBT (Guided Biofilm Therapy), da EMS. Utilizo em meu consultório há mais de 2 anos e posso afirmar que foi um divisor de águas em termos de profilaxia profissional dos dentes. É um procedimento minimamente invasivo, rápido e que traz mais conforto ao paciente durante o atendimento. Além disso, sinaliza as áreas que necessitam de uma limpeza mais intensa, facilitando o atendimento profissional e proporcionando mais consciência quanto à higiene bucal para o paciente de forma didática e prazerosa”, revela a periodontista.

Todos esses cuidados citados acima englobam uma educação preventiva, realizada através da conscientização do paciente da sua condição bucal e das ferramentas necessárias para que ele mantenha sua saúde bucal em dia. De modo geral, manter acompanhamento periódico profissional associado a uma boa alimentação, ingestão suficiente de água, higiene oral adequada e estilo de vida equilibrado resultam em boa saúde bucal. Consequentemente, levam à saúde geral e qualidade de vida.