Eles trazem alegria e vida ao lar, mas é preciso preparar a casa para recebê-los e para explorar ainda mais essa amizade. Tecidos inteligentes, móveis planejados, distribuição do espaço; confira algumas dicas da arquiteta Michele Turchi
Aconchego é uma característica obrigatória quando o assunto é o lar. Claro que a estética, a funcionalidade e a praticidade também são primordiais. Contudo, de nada adianta se não houver acolhimento, o que vale para os seres humanos, mas também para os bichanos. Seja gato, cachorro, papagaio, hamster ou peixinho, a casa precisa estar preparada para recebê-los. Afinal, eles trazem vida e alegria, e a residência precisa explorar ao máximo essa amizade e interação.
A ideia de uma casa pet friendly não é deixar de lado o estilo dos moradores. Pelo contrário, é possível aumentar o bem-estar animal e facilitar a vida dos donos. Para isso, os cuidados vão desde decidir onde posicionar a cama do animal e as tigelas de água e comida, até a escolha dos materiais adequados, buscando opções mais resistentes e que facilitem a limpeza.
A ideia é pensar em um layout que ofereça estímulos e aconchego para o pet viver bem, de acordo com os instintos, sem deixar de lado a parte visual, ou seja, a decoração da casa.
É possível sim unir design, funcionalidade e o bem-estar animal. Afinal, a casa também é deles, dos pets! Cada bichinho tem sua particularidade, é claro. Mas sabemos que os mais comuns são os gatos e os cachorros. E hoje temos tecnologia suficiente pra ter uma casa que agrade a todos!”, comenta a arquiteta e uma das sócias da loja Acervo, Michele Turchi.
Especialmente nos apartamentos menores, a preocupação com o espaço dos animais é maior. O primeiro passo para estabelecer uma casa pet friendly, segundo Michele, é pensar na distribuição dos espaços, prever os fluxos, a posição dos móveis, o lugar da caixinha de areia ou tapete e até mesmo inserir na decoração elementos interessantes e que estimulem uma maior atividade do animal.
Isso é bem comum no caso dos gatinhos. Traçar caminhos com prateleiras para que estimule a atividade. Contar com a ajuda de um arquiteto ou designer nesse sentido faz toda a diferença”, pontua a arquiteta.
É o projeto que vai definir os móveis e a construção ou compra dos mesmos. Hoje, existem, inclusive, marcas muito legais criando um mobiliário pronto e multifuncional para quem tem pets.
A necessidade de marcenaria ou móveis soltos, vem muito mais de uma demanda do projeto do que uma relação com os pets. Agora, sempre que existe o tempo para se planejar, as escolhas ficam melhores. Pois é possível escolher cada detalhe do móvel para que ele seja usado em harmonia com os bichinhos”, explica Michele.
Além desse desenho da casa e da definição dos móveis, o acabamento de cada peça é primordial. Para Michele, o cuidado número um, portanto, é o tecido. Com as novas tecnologias, hoje já existem materiais que são repelentes à água, o que ajuda muito no caso do xixi, por exemplo. Também vale apostar em tecidos escuros, para “esconder” a sujeira.
Uma ótima dica é usar tecidos de área externa em móveis internos. Além de serem repelentes a água, alguns deles aceitam limpezas com produtos mais pesados, como água sanitária. Já uma outra especificidade com relação aos gatos é a questão da textura. Sabemos que quanto mais textura, mais irresistível para os bichanos. Então uma dica é investir em tecidos sem tramas. Hoje já existem alguns tecidos com o selo Pet Friendly, que são bonitos, encorpados, mas que não puxam fio de forma nenhuma”, afirma.