Fatores como plasticidade cerebral, exposição à linguagem e motivação desempenham um papel importante no aprendizado de idiomas
Que crianças aprendem tudo, principalmente novos idiomas, mais rápido do que os adultos, já sabemos. Basta ter uma criança em casa para ver isso acontecer. Há uma série de fatores que influenciam a maior eficiência do aprendizado de uma nova língua na infância, como o ambiente e a forma de exposição à língua, que desempenham um papel essencial na absorção dos novos conhecimentos.
Estudos mostram que o período da infância, até a puberdade, é o ideal para o aprendizado de línguas, o chamado de “período de aprendizado máximo”. Isso acontece porque quando atingimos a puberdade o cérebro começa a perder, pouco a pouco, a eficiência no aprendizado de um idioma. A partir dos 25 anos, começa a declinar em termos de mmemória, eficiência e velocidade de processamento, ou seja, fica mais lento.
De acordo com a CEO do The Kids Club, Sylvia de Moraes Barros, rede de franquias especializada no ensino de inglês para crianças, “também é importante lembrar que as habilidades linguísticas das crianças variam de acordo com sua individualidade. Algumas crianças podem aprender mais rápido do que outras, e isso não é necessariamente um sinal de atraso. É importante fornecer às crianças oportunidades de aprender e praticar a linguagem, respeitando a sua individualidade e o seu tempo, e envolvendo-as no processo, de forma que se torne prazeroso”.
Segundo Sylvia, outro ponto que vale ressaltar são as diferentes condições de aprendizado entre crianças e adultos:
Usando uma analogia, imagine que o cérebro é um livro. Em uma criança, principalmente na idade de aprendizado máximo, este livro está em branco, e todo o conhecimento apresentado é absorvido. O cérebro de um adulto também é um livro, porém, já com as páginas preenchidas de informação. Ao ser apresentado a um novo conhecimento, o adulto para, reflete, decide se aceita aquela informação, compara com o que já conhece. Isso acontece sem que ele se dê conta, mas interfere diretamente no processo de aprendizado de um idioma. Chamamos isso de ‘interferência, explica.
Aprender uma língua requer abertura, aceitação, ludicidade, prazer. Se o processo for maçante, estressante, este indivíduo não vai aprender de forma natural. Por isso, é vital proporcionar um ambiente adequado para as crianças aprenderem uma língua, de forma que possamos aproveitar todos os benefícios biológicos dessa fase da vida. E um ambiente adequado é o de imersão, onde o aluno é exposto à nova língua durante toda a aula, por meio de atividades divertidas, em que se sintam seguras, em que se divirtam, e que tenham oportunidade de interagir, brincando, desde o primeiro momento.
Alguns fatores importantes que vale destacar:
Plasticidade cerebral: O cérebro de toda a criança já nasce pronto para aprender línguas. As pesquisas mostram que, aos 6 meses , um bebê é capaz de diferenciar sons, e aos 11 meses, começa a perder a habilidade de identificar sons que não fazem parte da sua língua materna .
Exposição adequada à linguagem: Crianças são mais abertas à curiosidade. Ao proporcionar um ambiente seguro e divertido onde estarão expostas ao novo idioma, através de brincadeiras e atividades lúdicas, se envolvem, e com isso, o conhecimento é absorvido de forma natural, da mesma forma que aprenderam a sua primeira língua.
Motivação: A motivação de uma criança para aprender vem da curiosidade, e da forma como ela se sente na aula, por isso é tão importante que as aulas sejam prazerosas. Tudo que aprendemos com prazer, dura, e nos motiva a querer aprender mais. Aprender um idioma é uma tarefa que não termina nunca. E quanto mais o aluno se relaciona àquele idioma como algo fácil e divertido, mais irá se aprofundar, e terá muito mais facilidade de atingir a proficiência.