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⭐ Piracicaba, 29 de novembro de 2024 ⭐

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Como incentivar crianças e adolescentes a terem mais autonomia

Incentivar Criancas e Adolescentes a Ler

Os livros são excelentes aliados para ajudar crianças e adolescentes a explorar mais suas emoções e sentimentos

Segundo Caio Lo Bianco, especialista em educação socioemocional e gerente executivo do Laboratório Inteligência de Vida, embora o desenvolvimento da autonomia seja de extrema importância para os indivíduos, não significa que ela deva ser o objetivo final da educação, mas sim o resultado decorrente de um processo de amadurecimento emocional e social, conforme explica.

Quando a gente pensa sobre educar para autonomia, temos que pensar em diversos tipos de autonomia. Não é apenas para ser autônomo em relação aos pais, mas também em relação a seu movimento, seu corpo, suas ações e seu pensamento”, explica o especialista na publicação online.

Assim, o processo de amadurecimento dessa habilidade passa por todos os espaços onde a criança vive e, para que seu desenvolvimento aconteça de fato, é necessário que tanto as famílias quanto as escolas e a comunidade de modo geral estejam abertas a essa possibilidade.

3 maneiras de apoiar o desenvolvimento da autonomia em casa

Apoiar nas escolhas. Às vezes, a criança ou o adolescente não vai escolher a sua opção. É preciso respeitar e entender que isso faz parte do processo de amadurecimento.

Lidar com as diferenças. O mundo está cheio de gente diferente entre si, e começar ajudando os filhos a enxergarem essas diferenças dentro de casa ajuda a mostrar como respeitar opiniões distintas e saber quando levá-las em consideração para embasar suas próprias escolhas.

Aprender nas dificuldades. Aprender mesmo diante das frustrações também é necessário, pois nosso senso de conforto nem sempre estará presente ao longo da vida. Nesse sentido, não tente amenizar as dificuldades para seus filhos, ao contrário, incentive-os para que ganhem confiança de agir diante de situações árduas.

Livros que falam sobre sentimentos e emoções

Os livros são excelentes aliados para ajudar crianças e adolescentes (além de adultos, é claro) a explorar mais suas emoções e sentimentos. Mas você já parou para pensar no desafio que é criar uma obra literária cativante com essa temática?

No Laboratório Inteligência de Vida (LIV), por exemplo, essa é uma preocupação constante. Obras hoje bastante conhecidas, como “Tomás e a Caixa Amarela”, “O Caderno de Geraldo” e a “A Chave do Teatro”, dentre tantas outras, foram pensadas pelo programa em parceria com escritores conceituados e buscam falar sobre os sentimentos de uma maneira que aproxime do aluno e de sua linguagem.

Joana London, gerente pedagógica do LIV, conta que o primeiro passo na criação dessas obras foi compreender a faixa etária para qual o material é direcionado.

É sempre necessário fazer um mergulho nas questões que são comuns a cada idade, nos seus interesses, sua linguagem, suas múltiplas personalidades e também nos seus desinteresses e repulsas. Quanto mais velha é a criança, mais chances temos de conversar com ela diretamente, o que torna o projeto ainda mais interessante. Também temos uma grande preocupação em pegar uma amostra de realidades e contextos diferentes”, explica.

Considerando a variedade cultural e social do Brasil, afirma Joana, existe também o desafio de conseguir conversar com realidades completamente diferentes ao mesmo tempo. “Nesse país tão diverso, precisamos investir em uma pesquisa profunda sobre esses diferentes contextos para que todas as crianças se sintam representadas e possam se identificar com as histórias e os personagens, e assim se sentirem convidadas a refletir e falar sobre si”. Nesse processo, além das conversas com as crianças, também são realizados encontros com professores, coordenação e famílias. “Assim pegamos referências de todos os espaços e podemos criar um material mais rico que contemple uma maior diversidade”, destaca a educadora.

O que levar em conta ao escolher um livro sobre sentimentos

Com o potencial que os livros têm de falar sobre sentimentos sem dar explicações teóricas, eles acabam se tornando parceiros para educadores e famílias que desejam dar mais atenção para a inteligência emocional das crianças e dos adolescentes.

Contudo, antes de escolher uma publicação com essa proposta, é importante desconstruir a ideia de que a inteligência emocional é apenas a capacidade de nomear e reconhecer as emoções, como se fosse um conteúdo escolar. Segundo a gerente pedagógica do LIV, é preciso, na verdade, abrir espaço constante para falar desse tema no cotidiano da família e da escola.

Esse trabalho desconectado da realidade de cada um não tem efeito e acabaremos nos limitando a só definir e robotizar a nossa subjetividade. O cuidado com as emoções deve fazer parte da cultura da família, nas suas ações e relações”.

Sendo assim, ela explica, qualquer livro ou história pode servir de disparador para abrir o campo de diálogo com eles e ajudá-los a falar mais sobre sua visão de mundo e sobre o que sentem. “As narrativas escolhidas podem ser de temas já conhecidos e de fácil identificação, que façam parte daquela realidade. Também pode ser uma ótima oportunidade de oferecer novas referências, personagens e diversidade para que a empatia seja compreendida desde cedo”, conclui.