Quem nunca ouviu a frase “Eu não quero um irmãozinho!” Sabe como a chegada de um novo membro na família pode ser um processo estressante. Especialista destaca algumas dicas para lidar melhor com o momento.
Ter irmãos é tudo de bom. Aumentar a família é sinônimo de que o amor está crescendo, mas é preciso também muito jogo de cintura dos pais com os primogênitos para que ao introduzir um ou mais irmãos, o primogênito não se sinta negligenciado ou deixado de lado. Muitas vezes acostumados com a atenção só para eles, uma mudança brusca na rotina pode impactar no comportamento diário da criança.
Segundo André Ceballos, neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, a chegada de um irmão realmente pode influenciar bastante o desenvolvimento do filho mais velho, mas tudo depende do comportamento dos pais e da forma como eles enxergam essa mudança.
“Os pais podem tanto enriquecer quanto empobrecer o ambiente familiar com a chegada da nova criança. Quando eles veem a chegada do irmão como uma oportunidade positiva de complementar a família, valorizando o crescimento das relações, o primogênito sente-se seguro e motivado a desenvolver habilidades emocionais essenciais, como empatia, responsabilidade e sociabilidade.”
Ainda assim, os pais têm também o poder de transformar a situação toda bem estressante e penosa para os seus filhos primogênitos.
“Se quando um novo bebê nasce, os pais demonstrarem ou transmitirem uma sensação de escassez, como se a nova criança estivesse retirando afeto, atenção e cuidados do filho mais velho, isso pode gerar insegurança, ansiedade e até mesmo regressões em habilidades já adquiridas pelo primogênito, como a fala ou o controle dos esfíncteres.” complementa Ceballos.
O que dita como uma criança se sentirá com a chegada de um novo irmão é o comportamento dos pais e como eles agiram diante dessa situação. Por isso, introduzir o filho mais velho à rotina do bebê, mostrar que ele é importante naquele momento também e que o amor apenas se multiplicou é uma forma de deixá-lo seguro e confortável com a situação. Para ajudar, André Ceballos destaca outras dicas, veja:
Manter a rotina do primogênito
A chegada de um irmãozinho pode bagunçar a dinâmica da casa, mas é importante que os pais preservem ao máximo os horários e atividades com as quais o primogênito já está acostumado. Isso traz segurança à criança e evita que ela sinta que está perdendo espaço.
Evitar grandes mudanças simultâneas
Se possível, os pais devem evitar transições importantes (como tirar a fralda, mudar de cama ou trocar de escola) muito próximas da chegada do bebê. Mudanças desse tipo podem gerar mais estresse e aumentar a sensação de instabilidade.
Incentivar a relação entre os irmãos
É importante que os pais permitam que o primogênito interaja com o irmão mais novo, sempre sob supervisão. Devem elogiar quando ele for carinhoso e reforçar que o papel dele como irmão mais velho é especial. Pequenas tarefas, como ajudar a pegar a fralda, dar banho ou trocar o bebê, podem fazer o primogênito se sentir importante também.
Garantir momentos exclusivos com os pais
Os pais devem reservar tempo exclusivo com o primogênito, sem a presença do bebê. Isso ajuda a reforçar que ele continua sendo amado e que não perdeu seu espaço na família. Ter uma rede de apoio e, em algum dia da semana, tirar algumas horinhas para brincar ou passear com o primogênito é essencial.
Validar sentimentos e evitar comparações
Caso o primogênito demonstre ciúmes ou frustração, os pais devem acolher esses sentimentos sem repreendê-lo. É importante explicar que é normal sentir isso, mas que o amor da família por ele não mudou. Além disso, os pais devem evitar comparações entre os irmãos, pois isso pode gerar rivalidade.
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