Toda a equipe multidisciplinar de neonatologia do hospital participou do treinamento realizado pela biofarmacêutica Chiesi em parceria com a NeoUp
O Hospital das Clínicas da Famema (Faculdade de Medicina de Marília) conquistou importantes transformações no atendimento aos recém-nascidos com menos de 28 semanas e, consequentemente, às suas famílias, depois que toda a equipe multidisciplinar de neonatologia passou por uma capacitação em ventilação pulmonar.
Uma das principais doenças decorrentes do parto prematuro, a broncodisplasia pulmonar (BDP), foi reduzida em 33%, em bebês prematuros extremos, após o treinamento.
A condição é caracterizada por alterações na função respiratória dos recém-nascidos, gerando uma dependência de oxigênio ou de assistência respiratória por um período prolongado, afeta 50% dos bebês prematuros com menos de 28 semanas e cerca de 30% dos menores de 32 semanas.
Os bebês com BDP, geralmente passam por longos períodos de internação, o que exige esforços econômicos e emocionais de suas famílias e de toda a sociedade. Para minimizar os riscos do desenvolvimento da condição, são necessários manejos respiratórios especiais desde as primeiras horas de vida.
Foi com base nessa premissa, que os profissionais de saúde do HC Famema participaram da terceira edição do curso realizado pela biofarmacêutica Chiesi em parceria com a NeoUP, instituição de educação médica especializada na área de neonatologia.
O curso oferece aos profissionais de saúde envolvidos na assistência neonatal atualização de conhecimentos técnico-científicos para otimizar os cuidados com o recém-nascido com insuficiência respiratória.
Entre os protocolos compartilhados para minimizar o risco do bebê desenvolver BDP estão: cuidados respiratórios iniciais com o recém-nascido, desde o nascimento até a UTI neonatal e protocolos de ventilação e manejo do surfactante exógeno, agente tensoativo que tem importância fundamental na mecânica pulmonar.
Foi bastante visível a redução da broncodisplasia nos menores de 28 semanas ao longo do curso, que possibilitou à equipe do hospital acesso a técnicas compatíveis com as necessidades das UTIs neonatais de Marília. Estamos longe da capital e o acesso a profissionais, como tivemos, conhecendo um novo modo de ventilação, foi bastante rico e importante para toda a nossa equipe, analisa Alexandra Zayed, pediatra e responsável técnica da UTI neonatal do HC Famema.
Ela ressalta que o curso “promove transformações globais, envolvendo a qualidade de vida do recém-nascido, as tomadas de decisão à beira leito e toda a parte assistencial”.
Além do HC Famema, outros seis hospitais de cinco diferentes regiões do Brasil participaram do curso oferecido este ano.
Desde sua primeira edição, em 2021, 40 equipes multiprofissionais de 12 diferentes hospitais em todo o país já foram treinadas. Só no ano passado, foram sete turmas com 217 alunos.
Entre os participantes, 54,5% são neonatologistas, 18,2% pediatras e 13,6% enfermeiros.
Trabalhamos continuamente ao lado da comunidade médica para melhorar o nível de cuidados aos recém-nascidos prematuros. Cientes de que nem todos os hospitais no Brasil têm protocolos implementados e equipe clínica treinada para seguir as diretrizes, assumimos o compromisso de contribuir com o desenvolvimento desses profissionais e, consequentemente, de aumentar a assistência aos prematuros e suas famílias, comenta Marcio Penha, diretor médico da Chiesi.
OLHO, SE PRECISAR
“Foi bastante visível a redução da broncodisplasia nos menores de 28 semanas ao longo do curso, que possibilitou à equipe do hospital acesso a técnicas compatíveis com as necessidades das UTIs neonatais”