O ácido hialurônico é uma alternativa confiável para correção de queixas estéticas em comparação ao PMMA

As notícias recentes alertaram para a necessidade de um maior cuidado na hora de optar por um procedimento estético, bem como pelo profissional e clínica a ser realizado.

O polimetilmetacrilato (PMMA) causou a morte de uma jovem do Distrito Federal.

A influenciadora digital foi submetida a um procedimento para aumento de glúteos no fim de semana e morreu na última terça-feira (02).

O PMMA, conforme endossa Luciana Lourenço, secretária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), não está entre a lista dos ativos mais recomendados para fins estéticos, devido à aplicação altamente arriscada.

O PMMA é um produto não absorvível e definitivo, designado para corrigir pequenas deformidades ou a perda da gordura facial em casos de pessoas em tratamento contra o HIV com antirretrovirais. Mesmo se o paciente não tiver complicações, se reprovado o resultado final, diferente de outros tratamentos, não é possível fazer a reversão.

Assim como o silicone industrial, o PMMA não é indicado para o uso descriminalizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), uma vez que é um componente plástico utilizado como matéria prima para a produção de lentes odontológicas, entre outras finalidades, apresentando grave risco para a saúde quando usado em procedimentos subcutâneos.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), todos os anos, são realizados cerca de 1,5 milhão de procedimentos estéticos no Brasil, um dos países em que a população mais adere à condutas para corrigir queixas estéticas ou melhorar a aparência.

Para evitar os riscos, é importante conhecer bem a substância a ser injetada.

Luciana Lourenço reforça que, independente do procedimento, é importante que seja realizado por especialistas que sigam padrões rigorosos de segurança e ética, garantindo um atendimento de excelência e poupando o paciente de riscos indesejados.

É muito importante verificar a qualidade do profissional que realiza o procedimento. O paciente deve se certificar da formação para que o especialista em questão escolha, sim, cuidar da beleza, mas nunca prejudique a saúde do paciente. O profissional deve reconhecer as indicações, técnicas e o produto mais adequado antes de prosseguir com a conduta para a queixa apresentada, explicou ainda.

O PMMA, durante muito tempo, foi indicado para correção de queixas ligadas à região dos glúteos, prometendo resultados mais duradouros.

No entanto, outro método que ganhou fôlego, apresentando muito menos riscos, foi o preenchimento com ácido hialurônico que, segundo Luciana, é o melhor para quem deseja corrigir ou volumizar a região.

O ácido hialurônico é um preenchedor dérmico que proporciona um aumento mais suave e natural dos glúteos.

Menos invasivo, o método oferece resultados temporários, que podem variar de 6 a 18 meses, dependendo de fatores estéticos e do produto utilizado.

Usado no meio médico há mais de 20 anos, o ácido hialurônico é biocompatível e, por isso, absorvível, já que temos ácido hialurônico em várias partes do corpo. Além disso, já foi desenvolvido um antídoto. Se tivermos qualquer problema ou se o paciente não gostar do resultado, o ácido pode ser diluído com a enzima hialuronidase. Isso faz dele um produto muito mais seguro, acrescentou a médica.