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⭐ Piracicaba, 21 de abril de 2025 ⭐

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Suicídio, falar é a melhor solução

Setembro Amarelo - Prevenção ao Suicídio

Neste ano, o Ministério da Saúde prioriza a conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio entre o público jovem

Considerado um tabu e pouco noticiado, os casos de suicídio têm chamado a atenção pelo aumento no número de ocorrências verificado nos últimos anos. Por isso, é preciso falar do assunto, principalmente no mês em que o dia 10 é mundialmente dedicado à prevenção ao suicídio.

“Somos o oitavo país com mais suicídios no mundo. Estamos entre os dez primeiros e isso é bastante grave. A cada 45 minutos no Brasil se efetiva um suicídio e a cada suicídio efetivado onze tentativas já aconteceram”. Essa é a gravidade da situação nas palavras da psicanalista Juliana Danelon.

A imprensa, normalmente, respeita uma regra de não noticiar casos dessa natureza, entre outros motivos, para que a notícia não sirva de inspiração para pessoas vulneráveis a essa condição. Ocorre que o que está em jogo são vidas e é preciso mostrar não um caso específico, mas o conjunto de ocorrências que, para muitos, tornou-se epidemia.

Setembro Amarelo

Desde 2015, o mês de setembro é dedicado à causa. Neste ano, o Ministério da Saúde vai priorizar a conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, para enfatizar a necess idade de atenção especial com o bem-estar e a saúde mental de crianças e adolescentes.

Segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, o foco das ações desenvolvidas pela pasta durante o Setembro Amarelo será o público jovem, no qual vem aumentando o número de casos e de tentativas de suicídio.

Vamos focar nesta questão dos jovens, tanto na questão do suicídio quanto das tentativas, procurando alternativas de políticas públicas indutórias”, disse.

Segundo ele, o aumento do suicídio entre os jovens é um fenômeno mundial que, nos últimos anos, vem causando crescente preocupação também no Brasil. Para o ministro, o problema é complexo e não pode ser compreendido ou explicado por um só fator.

Para a psicanalista Juliana Danelon, dedicar um mês a esse tema é muito importante. “Primeiro porque marca um momento onde as pessoas podem e devem pensar sobre a questão do suicídio, se tratando que o suicídio é a expressão de uma grande dor e sofrimento e por isso merece atenção. O suicídio não traduz coragem, ele traduz uma grande dor”, diz.

Ela explica que o sofrimento que pode levar ao suicídio é gradual. “Pensar em suicídio não aparece de repente. Ele é construído conforme o sofrimento vai ficando para aquele sujeito insuportável”.

As redes sociais, correntes e jogos pela internet pedem vigilância extrema frente aos adolescentes. Primeiro que vendem o suicídio como uma saída corajosa e não tem nada disso. Outro problema é que encontram escuta pelas pessoas da internet e se sentem acolhidas. Com tamanha fragilidade e encorajamento que acontece nessas correntes aumentamos a probabilidade, pois se fala sobre suicídio de forma irresponsável. Encontram afeto e ausência de julgamento nas ‘pessoas da internet’”, afirma.

Juliana lembra que deve-se prestar atenção em qualquer condição que remeta ao fim da própria vida. “Quando uma pessoa verbaliza sua vontade de acabar com a própria vida então, já se encontra em um estado avançado, pois passa do pensamento e já aparece na fala como uma possibilidade. Para quem escuta deve concretizar um pedido de ajuda e assim merece atenção”, diz.

Comportamentos incomuns como isolamento, falta de sentido na vida, incapacidade física e/ou emocional de executar tarefas cotidianas devem ser observadas atentamente.

A opinião da psicanalista é compartilhada pela coordenadora do CVV (Centro de Valorização da Vida) de Piracicaba, Eliane Soares. “Os casos de suicídio têm aumentado muito no Brasil, principalmente entre jovens e idosos. O suicídio é um processo que se desenvolve ao longo do tempo”.

Segundo Eliane, os casos de suicídio entre os idosos estão mais relacionados à solidão. Já no público jovem, são vários os fatores.

Frustração de não aceitar um não, solidão dentro do ambiente social, redes sociais, depressão, bulling físico e cibernético”, diz Eliane.

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