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⭐ Piracicaba, 14 de novembro de 2024 ⭐

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Síndrome do Coração Partido: o impacto do sofrimento na saúde cardíaca

Os sintomas dessa síndrome se assemelham a um infarto do miocárdio, com dor no peito, falta de ar, palpitações e até mesmo desmaios repentinos

Coração partido nem sempre é sinônimo de decepção amorosa, pode ser também uma síndrome que está relacionada ao estresse emocional. A síndrome do coração partido, também conhecida como cardiomiopatia induzida por estresse ou síndrome de Takotsubo, é caracterizada por sintomas que se assemelham a um infarto do miocárdio, embora não haja obstrução das coronárias.

“Durante um episódio, o ventrículo esquerdo do coração sofre uma paralisia no ápice e no centro, que o deixa sem força para desempenhar sua função adequada. Esse quadro é desencadeado pela exposição excessiva a hormônios do estresse, como a adrenalina, que são produzidos quando somos submetidos a fortes emoções”, explica o cardiologista Gabriel Gonzalo, do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL).

Essa síndrome não é exclusiva de pessoas que vivenciam o fim de um relacionamento amoroso, ela pode ser desencadeada por qualquer evento estressante, como a perda de um ente querido, um acidente, problemas financeiros ou até mesmo uma discussão intensa. Entre os sintomas estão: dor no peito, falta de ar, palpitações e até mesmo desmaios repentinos.

Embora seja considerada rara, a Síndrome do Coração Partido pode ter consequências graves e até mesmo levar à morte. Estima-se que de 1% a 4% das pessoas afetadas por essa síndrome possam evoluir para óbito, especialmente quando não tratadas. Isso ocorre devido a complicações como arritmias cardíacas, formação de trombos intracavitários ou insuficiência cardíaca refratária.

Um aspecto relevante é a maior prevalência dessa síndrome em mulheres. “Alterações hormonais, especialmente durante a menopausa, quando ocorre a diminuição da produção de estrogênio, um hormônio protetor do coração, podem contribuir para essa maior suscetibilidade. Além disso, as mulheres tendem a apresentar maior sensibilidade ao estresse físico e emocional”, diz o cardiologista.

Além dos sintomas físicos, a Síndrome do Coração Partido pode ter um impacto emocional significativo. Sentimentos de tristeza profunda, ansiedade e depressão são comuns durante esse período. O tratamento depende da gravidade dos sintomas, mas é semelhante ao tratamento para insuficiência cardíaca. Entre eles, o uso de medicações inibidoras da enzima conversora de angiotensina (IECA), diuréticos e beta bloqueadores, assim como uso de vasodilatadores para enfrentar a mecanismo que causou o problema e inclusive pode incluir antidepressivos e ansiolíticos se for o caso.

Apesar de não existir uma forma eficaz para prevenção total, Gonzalo explica que a adoção de alguns hábitos pode contribuir para uma melhor saúde cardíaca. “Devemos adotar um estilo de vida mais saudável, tanto física quanto emocionalmente, buscando atividades que aliviem nossa tensão e promovam o autocontrole, como atividade física e prática de esportes ou atividades de relaxamento”, finaliza.