Descubra como desenvolver habilidades emocionais pode transformar relações profissionais e melhorar o clima organizacional
Ambientes de trabalho tóxicos têm se tornado um dos maiores desafios enfrentados por profissionais em todo o país. De acordo com uma pesquisa da The School of Life em parceria com a consultoria Robert Half, 42,86% dos trabalhadores brasileiros apontam esse fator como o principal motivo para pedir demissão. Outro levantamento, realizado pela EDC Group, mostra que 57% das pessoas mantêm uma relação difícil ou desgastante com seus líderes. O resultado é um impacto direto na saúde mental, engajamento e desempenho das equipes.
Uma das causas centrais desse cenário é a carência de inteligência emocional nas lideranças. Em empresas onde falta escuta ativa, reconhecimento e empatia, é comum que o ambiente se torne propício a conflitos, baixa produtividade e alto turnover. Segundo Carol Basilio, treinadora comportamental especialista em inteligência emocional, o ambiente tóxico pode ser identificado por uma série de comportamentos nocivos.
“Fofocas, ausência de reconhecimento, lideranças autoritárias, competição excessiva, medo constante e um clima negativo. Os profissionais apresentam sinais como esgotamento frequente, medo de ir trabalhar, queda de desempenho e conflitos recorrentes”, explica.
Diante dessas situações, o desenvolvimento da inteligência emocional surge como uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios do dia a dia corporativo.
“Ela permite reconhecer, entender e regular as emoções, evitando reações impulsivas e favorecendo escolhas mais conscientes mesmo sob pressão”, destaca Carol. Isso significa mais clareza na tomada de decisões e menos desgaste emocional em situações de crise.
Lidar com emoções negativas no trabalho, especialmente em contextos hostis, pode ser um grande desafio. Para a especialista, pequenas ações podem fazer diferença na maneira como se reage ao ambiente.
“Respirar fundo é sempre a primeira e melhor estratégia. Se afastar temporariamente, refletir antes de responder, usar a comunicação assertiva e buscar um apoio emocional confiável são atitudes valiosas”, aconselha.
Ignorar sinais de desgaste pode levar a quadros mais graves, como ansiedade, depressão e burnout. Por isso, identificar os limites e procurar ajuda especializada é fundamental.
“Quando o clima no trabalho compromete sua saúde mental, autoestima e capacidade de produzir com qualidade, é hora de agir. Quanto mais cedo essa percepção surgir, maior a chance de reversão com apoio terapêutico ou coaching”, alerta Carol Basilio.
Para transformar a cultura corporativa, é preciso que empresas assumam um papel ativo na construção de ambientes mais humanos e equilibrados. Investir em treinamentos de soft skills, promover práticas de escuta genuína, incentivar feedbacks construtivos e priorizar o bem-estar emocional das equipes são iniciativas essenciais.
“Lideranças emocionalmente inteligentes conseguem criar times mais coesos, inovadores e produtivos. O caminho para uma cultura saudável começa pelo exemplo de quem está no topo”, finaliza a especialista.
Foto: Banco de Imagem