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⭐ Piracicaba, 6 de novembro de 2024 ⭐

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Comprar para se sentir melhor? Psicóloga alerta sobre a compras por compulsão

A especialista da Holiste Psiquiatria, Mariana Pinheiro, explica que a vontade de gastar pode esconder problemas de saúde mental.

A Black Friday dá início a temporada de compras de fim de ano e com as ofertas aparecendo a todo momento nas vitrines das lojas e nas redes sociais, é comum que muitas pessoas se sintam animadas para aproveitar os preços.

Contudo, para a saúde mental, o ato de encher o carrinho pode ter outros significados.

A psicóloga Mariana Pinheiro, especialista na Holiste Psiquiatria, destaca que nessas épocas do ano em que o consumismo é endossado, as compras compulsivas tendem a aumentar, muitas vezes como uma tentativa de lidar com frustrações e decepções.

A compra se apresenta como um comportamento que possibilita o contato com a sensação de prazer a curto prazo. Contudo, ele não dá conta de superar uma situação psiquicamente desconfortável, o que influencia no surgimento da compulsão, aponta.

Neste processo, um padrão de comportamento disfuncional é aprendido, de modo que o ato de comprar assume a função de compensação, ocorre um processo neuroquímico responsável pela sensação de prazer, reforçando o entendimento que aquele comportamento é positivo e uma solução a curto prazo para o seu sofrimento.

Comprar pode se tornar um transtorno

Para algumas pessoas, gastar demais deixa de ser um problema meramente financeiro e se torna uma questão de saúde mental.

De acordo com a psicóloga, assim como a compulsão alimentar, o uso de substâncias psicoativas, o vício em jogos de azar, é uma psicopatologia que pode mtrazer muito sofrimento para o indivíduo e também para a família que muitas vezes não entende o comportamento não é mero descontrole financeiro.

Pessoas que passam a adquirir objetos os quais não necessitam, de maneira recorrente, sem uma justificativa coerente, ou passam a gerar dívidas constantes e de altos valores. Quando se observa que a ação da compra está relacionada à resposta a algum evento de impacto emocional, como uma discussão, frustração ou mal-estar. Outro fator é a mentira sobre a frequência ou teor dos comportamentos de compra. A presença destes sinais, de maneira intensa e gerando prejuízos, pode apontar para uma disfuncionalidade, expõe.

Gastar ou não gastar? Eis a questão

A psicóloga da Holiste Psiquiatria reforça que o problema não está no consumo ou em aproveitar as ofertas, mas avaliar se o ato da compra não está se tornando uma resposta para outros aspectos da vida que, ao invés de serem suprimidos, precisam ser acolhidos e tratados, se for o caso.

Acontece que, nestes períodos em que existe um apelo social intenso para o consumo, é gerada uma validação externa e, sobretudo social, para pessoas que exercitam a compra de maneira mais frequente, em nome de se sentirem pertencentes, atuais ou mesmo de se sentirem mais amadas ao presentear as pessoas ao seu redor.

Estamos falando de problemas relacionados à autoimagem e ao autoconceito que podem estar atrelados à necessidade de alguns indivíduos em se sentirem ‘na moda’, ou seja, de se adequarem aos padrões culturais e estéticos como forma de aumentar a autoestima. Por isso é importante contar com uma rede de apoio que estabeleça vínculos de afeto, pertencimento e validação que não sejam pela via do consumo, mas sem esquecer que ainda assim existe a necessidade do acompanhamento de profissionais de saúde mental, encerra.

Na dúvida sobre como navegar pelas gôndolas e sites sem cometer excessos, separamos quatro perguntas básicas que podem ajudar a fazer melhores escolhas na Black Friday e no Natal.

Antes de passar o cartão e finalizar a compra, vale se perguntar: Eu estou precisando disso?

Qual seria a consequência dessa compra imediatamente?

Qual seria a consequência daqui a 30 ou 60 dias?

Esta compra está adequada ao meu planejamento financeiro?

Se a resposta for NÃO, melhor esvaziar o carrinho!