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⭐ Piracicaba, 8 de novembro de 2024 ⭐

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Como lidar da melhor forma com uma família tóxica

É comum ocorrerem desentendimentos e discussões no cotidiano de uma família, diante do fato de que ela é formada por pessoas com personalidades diferentes e pontos de vista diversos.

Os conflitos são saudáveis em certa medida, pois o diálogo permite que as desavenças sejam resolvidas, trazendo crescimento pessoal. Porém, quando as brigas são frequentes e múltiplas, existindo abuso, excesso de controle, negligência ou manipulação, a dinâmica do grupo pode revelar a existência de uma família tóxica.

Inclusive, para muitas pessoas, é difícil compreender o problema, uma vez que, como é sabido que não podemos escolher nossa própria família, comportamentos de invalidação e violência podem até mesmo serem aceitos, quando praticados no ambiente familiar.

Viver em uma família tóxica acaba produzindo consequências físicas e psicológicas, que vão desde baixa autoestima e ansiedade até a naturalização da agressão física, afirma Filipe Colombini, psicólogo, orientador parental e fundador da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico.

O especialista explica que aquilo que começa com comentários depreciativos que, à primeira vista podem ser confundidos com brincadeiras, evolui para uma variedade de agressões morais, psicológicas e até mesmo físicas, caso não sejam impostos os limites necessários para uma relação familiar saudável.

O excesso de julgamentos, comparações e outras formas de invalidar são sinais de alerta para uma relação tóxica dentro da família, explica o psicólogo.

Muitas vezes, quem pratica esse tipo de violência já vivenciou outras relações tóxicas e, por isso, reproduzem esse padrão no núcleo familiar.

O que é notado em famílias tóxicas é um ambiente onde existe pouca sensibilidade em relação ao outro e uma desregulação emocional que, geralmente, advém de um histórico familiar violento e com pouco suporte, diz Colombini.

Essa forma de relação pode ter consequências graves no convívio diário entre as pessoas, prejudicando o desenvolvimento saudável, podendo acarretar transtornos psiquiátricos.

Por exemplo, na adolescência, quando a personalidade e os padrões de comportamento estão se formando, uma família tóxica costuma afetar o senso de identidade do jovem, prejudicando a autoestima e a capacidade da pessoa de conseguir criar relações fora desse ambiente problemático, afirma o especialista.

Além de saber impor os próprios limites frente a essa situação, é importante que a família como um todo procure identificar os padrões problemáticos e se concentre para melhorar a relação familiar.

Abandonar condutas tóxicas é um processo complexo, por isso é importante procurar ajuda de profissionais que vão auxiliar a família a se sensibilizar sobre seus próprios problemas para, então, buscar uma mudança, aconselha o psicólogo.

Treinadores e orientadores familiares, além da própria terapia individual para os membros da família, ajudam a identificar comportamentos tóxicos, atuando para essa mudança de padrão, conclui Colombini.