Atividades do Setembro Amarelo estão sendo definidas coletivamente; participação da Câmara na campanha está prevista em decreto legislativo
Campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo terá uma série de ações no próximo mês em Piracicaba. A elaboração de um cronograma está em fase final pela Câmara, prefeitura e entidades, que definiram o 2 de setembro para o lançamento oficial, por meio de caminhada pelas principais ruas do Centro.
A concentração da passeata começará às 8h, no estacionamento do Mercado Municipal. A saída será às 9h. O destino final será a Câmara, onde os representantes das entidades terão seu momento de fala sobre o trabalho desenvolvido na cidade. O percurso incluirá as ruas Governador Pedro de Toledo e São José e a praça José Bonifácio. Durante o trajeto, haverá distribuição de uma cartilha com orientações gerais de prevenção do suicídio.
Ainda na Câmara, haverá programação em 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Durante todo o mês devem ocorrer ações em instituições de ensino como a Fumep, Anhanguera, Unimep e Etec Fernando Febeliano da Costa, além do Teatro Municipal Dr. Losso Netto e nos Crabs.
As discussões sobre a programação mensal começaram na semana passada, sendo que nesta sexta-feira (16) um novo encontro ocorreu na Câmara entre representantes das secretarias municipais de Saúde, Desenvolvimento Social e Educação e diversas entidades.
O vereador Lair Braga apresentou o projeto de decreto legislativo 56/2018, que deu origem ao decreto de 13 de dezembro do ano passado, sobre a participação da Câmara de Vereadores de Piracicaba na campanha.
Criadora do projeto Escuta na Rua, a psicóloga Tatyana Sarruge se uniu à organização do evento e sugeriu a realização do “Escutaço”, no dia 22 de setembro, das 8h às 11h, período em que vários psicólogos estarão disponíveis para acolhimento psicológico gratuito na praça José Bonifácio.
É um projeto de escuta imediata, que ocorre há três meses, e dá a chance a muitas pessoas de falarem sobre as questões que lhe afligem”, explica ela.
Para Eliana Soares, voluntária e coordenadora do CVV Piracicaba, é fundamental que as entidades envolvidas com o tema pensem em uma agenda permanente de prevenção, que vá além do 10 de setembro. “Caminhamos para uma rede de proteção. A cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, por isso devemos falar abertamente sobre o assunto, demonstrar que existe ajuda. Tudo é questão de amadurecimento e a ideia da campanha era que a sociedade encampasse a discussão, algo que está acontecendo a partir de 2019”, diz.
Na avaliação de Vandrea Novello, coordenadora do Programa Municipal de Saúde Mental, a ampliação da programação surge a partir de uma demanda da sociedade. “Em 2017 aconteceu a primeira ação na cidade, já com a participação do CVV, e lotou o anfiteatro do Serest. A gente notou que a sociedade estava demandando conversar sobre o assunto. A demanda é muito grande e não é possível que o serviço público a absorva por completo, por isso a importância de mais instituições proporem ações intersetoriais em seus equipamentos.”
Histórico
A primeira edição do Setembro Amarelo no Brasil ocorreu em 2015, em Brasília, iniciada pelo CVV, CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
Conforme o decreto legislativo 67/2018, os objetivos da Campanha em Piracicaba são alertar e promover o debate sobre o suicídio e as suas possíveis causas; contribuir para a redução dos casos de suicídios no município; estabelecer diretrizes para o desenvolvimento de ações integradas, envolvendo a população, órgãos públicos, instituições públicas e privadas, visando ampliar o debate sobre o problema; e estimular, sob o ponto de vista social e educacional, a concretização de ações, programas e projetos na área da educação e prevenção.