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⭐ Piracicaba, 30 de janeiro de 2025 ⭐

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Iluminação natural & Contemplação artística  

Foto: Marcelo Macedo

Um apartamento de 180 m², localizado em um edifício dos anos setenta, na rua Oscar Freire, nos Jardins – São Paulo

O projeto de reforma assinado pelo arquiteto Marcelo Macedo, responsável por dirigir o Studio MEMM.

Para atender as necessidades do cliente, a equipe focou na reorganização dos espaços segmentados e com um novo layout, o projeto trouxe amplitude aos ambientes, além de fluxos mais inteligentes e cômodos que atendiam mais às necessidades dos proprietários.

Um ponto de destaque é a identidade do projeto de arquitetura e sua relação com a Arte e Design.

Além da vontade inicial por ambientes minimalistas e monocromáticos, os clientes contavam com um acervo prévio de obras de arte e peças de design.

Com isso em mente, o Studio MEMM decidiu unir as demandas e propor uma arquitetura que fosse plataforma para a contemplação das artes.

Os elementos construídos deveriam enaltecer a coleção, formando um ambiente onde uma arquitetura suave integrasse a composição do todo.

A solução para a reforma se baseou em posicionar pontualmente geometrias bem definidas em madeira ripada que equilibrassem o tom cinza das alvenarias, pisos e mobiliários trazendo calor para o ambiente.

Com o posicionamento estratégico dos elementos arquitetônicos, os vazios foram calculados para ganhar telas e objetos criando um ambiente harmonioso e propício à contemplação artística.

Embora a planta fosse funcional, as decisões espaciais ficaram atreladas ao pé direito que era restrito, por essa razão, evitou-se a utilização de forros e a iluminação foi inteiramente pensada rente à laje, a partir de peças delicadas e discretas, eliminando tubulações aparentes que não faziam parte da estética proposta.

A área íntima teve sua maior mudança realizada na suíte e banheiro do casal. Originariamente localizados na fachada lateral do prédio, o ambiente recebe menor incidência de luz natural e tem pouca abertura visual, devido ao lote vizinho.

Já o banheiro, no interior da planta, recebe apenas luz indireta e perdendo privacidade com a área de serviço. A solução foi substituir a suíte master com o quarto secundário que, embora menor, apresentava melhor iluminação e não tinha vizinhos próximos, por estar voltado para a rua.

Usando sobras de um corredor amplo e antigo, o quarto ganhou closet e quebrando a parede de divisão com o banheiro, tornou-se a nova suíte master, ampla e iluminada.

O apartamento mostra-se ainda mais flexível por conta do elemento presente na porta entre a cozinha e a sala, que possibilita unir os ambientes, ampliando o espaço social.

A cozinha é um ambiente claro, possui janelas em fita trazendo iluminação, e com a divisória aberta, o cômodo integrado recebe luz por ambas as fachadas do prédio. Além disso, a circulação cruzada de ar se torna possível garantindo melhor assepsia e qualidade térmica.

Para que a cozinha aberta não se tornasse um problema, buscou-se por um lado relacioná-la com a sala, para que formassem um ambiente único, mas ainda era necessário que tivessem diferenças, para evitar que os momentos mais críticos da área de serviço impactassem a percepção de arrumação e limpeza da área social.

Com tom majoritariamente branco, a cozinha ainda que próximo, se destaca do tom cinza claro da sala. Depois, o elemento ripado entra no ambiente, mas na bancada se torna branco, trazendo a elegância da sala, evidenciando sutilmente a mudança do uso.

Com o caixilho original preservado, enfatizou-se a paleta cromática do projeto, além de manter a memória do edifício de 1975. Os puxadores com desenho específico e da época acionam as bandeiras superiores mantendo a circulação cruzada.

A decisão representou grande economia na projeção financeira da obra e deu força para que a grande divisória entre a sala principal e a cozinha seguisse a mesma linguagem em alumínio fosco e vidro translúcido, garantindo que a arquitetura construísse o ambiente para que as artes encantassem.

O vidro translúcido da porta de correr, se necessário, garante o isolamento completo entre os ambientes, trazendo privacidade visual quando necessário.

No entanto a madeira ripada na cozinha, traz refinamento do espaço social para dentro dessa área, sugerindo que fique mais tempo aberto.

O apartamento ainda contava com um quarto de funcionários, que se localizava na área central da planta com luz indireta.

Sem intenção de uso, foi substituído, abrindo o espaço e se transformando em uma sala íntima que conecta a área dos quartos com a de serviço, sem ter a necessidade de ter que passar para área social, dando mais flexibilidade para usar a casa.