Esta indagação torna-se ainda mais pertinente à luz dos estudos sobre os perigos associados ao uso do polimetilmetacrilato (PMMA)
Em uma era onde a busca pela perfeição estética tem levado muitos ao limite, a questão que surge com frequência é:
O preço da beleza vale o risco?
Esta indagação torna-se ainda mais pertinente à luz dos estudos sobre os perigos associados ao uso do polimetilmetacrilato (PMMA), um polímero sintético amplamente utilizado para fins estéticos e preenchimento de tecidos.
Os impactos na saúde vão além do que se imaginava, com evidências sugerindo que o PMMA pode acometer órgãos vitais, como os rins, de formas antes não plenamente compreendidas.
Diante desse cenário preocupante, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em colaboração com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), tomou a iniciativa de lançar o Registro Brasileiro de Uso de PMMA e Acometimento Renal.
Esta medida pioneira tem como principal objetivo mapear a epidemiologia deste fenômeno alarmante, identificando possíveis fatores de risco, características clínicas e laboratoriais dos pacientes afetados, além de avaliar os desfechos terapêuticos disponíveis.
O cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luiz Anízio Wanna, explica que o PMMA, por ser um material barato e de fácil acesso, tornou-se uma opção popular para procedimentos de preenchimento corporal e facial.
No entanto, seu uso indiscriminado trouxe à tona uma série de complicações graves de saúde, incluindo alterações significativas na função renal.
Os rins, órgãos essenciais para a filtragem e eliminação de toxinas do corpo, podem ser afetados de maneira irreversível por substâncias nocivas, como as que podem ser liberadas pelo PMMA quando utilizado de forma inadequada.
A iniciativa do Registro Brasileiro de Uso de PMMA e Acometimento Renal surge em um momento crítico, visando lançar luz sobre a dimensão real dos riscos associados a este polímero.
Ao compreender melhor a epidemiologia e os fatores de risco ligados ao seu uso, profissionais da saúde poderão desenvolver estratégias mais eficazes para prevenir e tratar os problemas renais decorrentes.
Além disso, espera-se que este registro contribua para a elaboração de diretrizes mais rigorosas quanto ao uso do PMMA na estética, promovendo práticas mais seguras e informadas.
Como cirurgiões plásticos e especialistas em estética, temos o dever de priorizar a segurança e o bem-estar de nossos pacientes acima de tudo. Este registro é um passo fundamental para nos munirmos de conhecimento científico robusto, permitindo-nos orientar melhor os pacientes sobre os riscos envolvidos em determinados procedimentos estéticos.
Além disso, reforça a importância de uma avaliação cuidadosa e de uma abordagem personalizada para cada caso, considerando as alternativas disponíveis que ofereçam resultados satisfatórios com o menor risco possível.
Saúde na busca pela beleza ideal
A questão sobre se o preço da beleza justifica o risco assume uma resposta mais ponderada com a implementação do Registro Brasileiro de Uso de PMMA e Acometimento Renal.
Essa iniciativa reflete um compromisso profundo com a saúde e segurança dos pacientes, reiterando que a verdadeira beleza reside no equilíbrio entre a satisfação estética e a preservação da saúde integral.
Para nós, profissionais da cirurgia plástica, a criação desse registro é um lembrete valioso de nossa responsabilidade ética em oferecer não apenas soluções que atendam aos anseios estéticos dos nossos pacientes, mas que também garantam a sua segurança e bem-estar a longo prazo. Assim, diante dos desafios apresentados pelo uso do PMMA, reafirmamos nosso compromisso com a prática médica baseada em evidências, educação continuada e um diálogo aberto e honesto com nossos pacientes, finaliza Luiz Anízio Wanna.
OLHO, SE PRECISAR
“…a criação desse registro é um lembrete valioso de nossa responsabilidade ética em oferecer não apenas soluções que atendam aos anseios estéticos, mas também a segurança e bem-estar a longo prazo”