Grávida de nove meses e homem morreram vítimas de incêndio criminoso
Os réus Joel Aparecido de Moraes, Kauan Felipe Arruda e Leonardo Cristian Alves foram condenados a penas que somam, no total, cem anos de prisão pelo duplo homicídio em que foram vítimas Jaqueline Matias Koumelis, de 27 anos, e Anderson Aparecido Ventura, também de 27 anos.
Os dois morreram vítimas de um incêndio provocado pelos réus no imóvel em que estavam, na rua Gomes Carneiro, no Centro, no dia 22 de janeiro de 2018, por volta das 11h30. Jaqueline estava grávida de nove meses e o bebê também não resistiu. Ventura morreu dois dias depois do incêndio e a mulher cinco dias depois.
Entre os réus, o que recebeu a maior pena foi Moraes: 38 anos de reclusão, somatória das penas de 14 anos de prisão pela morte de Anderson e 24 anos pela morte da mulher grávida. Kauan foi condenado à pena de 15 anos de reclusão pela vítima Anderson e a 16 anos de reclusão pela vítima Jacqueline, que resultou em uma pena de 31 anos de reclusão. Pena igual recebeu o terceiro réu, Leonardo.
Os homicídios foram cometidos com emprego de fogo (meio cruel) e surpreenderam os ofendidos, atacando-os em momento em que estavam dormindo, modo de agir que dificultou a defesa das vítimas. O paciente assim agiu contra Jacqueline por razões da condição de sexo feminino, com menosprezo à condição de mulher da vítima e ao direito dela de decidir com quem se relacionar. Também agiu movido pelo torpe sentimento de posse, pelo pensamento de que se a ofendida não fosse dele, não deveria ser de mais ninguém”, traz a denúncia.
Na sentença publicada na sexta-feira (22), o juiz Luiz Antonio Cunha escreveu: “os acusados praticaram as condutas mediante mais de uma ação, atingindo a cada uma das vítimas, com intenções distintas, aplica-se, no caso, cumulativamente as penas privativas de liberdade”. Os réus, que já estavam presos, podem recorrer da sentença, mas reclusos.