Texto: Adolpho Queiroz
O patrono da instituição é piracicabano
O mês de novembro foi de comemorações na cidade paranaense de Bandeirantes. Foram os 86 anos de fundação do município, no dia 14, e os 50 anos da Faculdade de Agronomia Luiz Meneghel, no dia 25. O patrono da instituição é um piracicabano que, com seu irmão João Meneghel, decidiram mudar-se de Piracicaba no final dos anos 50 e, com atividades no ramo agropecuário, ajudaram a construir aquela cidade.
Luiz Meneghel nasceu em Piracicaba, mudou se com o irmão João para o norte do Paraná; mas seu maior mérito foi ter incentivado a construção da Faculdade de Agronomia que leva o seu nome naquele Estado. Além dela, a cidade o homenageia com o nome do estádio de futebol local.
Luiz e João eram proprietários da Usina Tamanduá, com os demais irmãos, após a sua fundação pelo pai Paolo Meneghel. Ela foi montada pelo grupo Dedini em 1951, na divisa de Santa Terezinha com Charqueada. No seu auge, no final dos anos 50, a usina produzia mais de 97 mil sacas de 60 kg de açúcar por ano.
Depois que chegaram ao Paraná, os irmãos, além da irmã Maria, casada com Domingos Zambom, ampliaram seus negócios e atividades. Em 29 de maio de 1968 foi criada a FEB – Fundação Educacional de Bandeirantes, tendo a Faculdade Superior de Agronomia iniciada em 1971, em 1973 a FEB, passou a ser chamada Fundação Faculdade de Agronomia “Luiz Meneghel” (FFALM). Hoje está incorporada a UENP, Universidade Estadual do Norte do Paraná, e possui outros cursos, além do de agronomia, que se tornou referência nacional.
O professor Durval Dourado Neto, diretor da ESALQ, que deu suporte nos anos iniciais para a consolidação do projeto educacional da instituição, saudou a instituição paranaense. “A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo, saúda a Escola de Agronomia Luiz Meneghel, no Paraná, pelos 50 anos de existência, especialmente no segmento da Agronomia. As instituições públicas de qualidade, responsáveis pelo ensino, pesquisa e extensão, além do empreendedorismo em que têm se destacado, consolidam a formação do profissional da área de Ciências Agrárias do Brasil. Sucesso e vida longa!”
O prof. Thomaz Caetano Ripoli, que pertenceu aos quadros da ESALQ, como professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas, área de mecânica e maquinas agrícolas, foi também titular na Faculdade Luiz Meneghel, em 1971, entre outros tantos piracicabanos ligados a ESALQ que por lá passaram. E os de lá, que vieram fazer mestrado, doutorado e aperfeiçoamento na “Luiz de Queiroz” em Piracicaba.
Contribuições do IHGP
O Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba publicou nos anos 80 o livro do seu ex-presidente, Pedro Caldari, que recontava histórias do bairro da Vila Rezende, do grupo Dedini e falava um pouco também sobre a velha Usina Tamandupa, como se pode ver no seu site da instituição.
Para o atual presidente do IHGP, Vicente Ometto Maurano, a Usina Tamandupa foi referência em sua vida. “Porque morei por lá nos anos 70, quando a Costa Pinto a comprou dos Meneghel. O sr. Luiz fez questão que preservássemos a casa onde ele morava, pois de lá, perto das moendas, ela escutava o barulho e, quando elas paravam, sabia que tinha que ir até lá verificar o que estava acontecendo.”
Lembranças dos familiares
O empresário piracicabano Juliano Meneghel Dorizoto foi um dos descendentes piracicabanos, convidados para participar da festa do cinquentenário da instituição este mês. Em nome da família, disse ao Piracicaba Hoje: “Fui estudante naquela instituição nos anos 90 e entendo que os investimentos em educação são os maiores incentivos para o crescimento do País. Aprendi, desde então, que o agronegócio seria, no futuro, a base da riqueza e construção do Brasil, como de fato hoje está ocorrendo. Honrado, em nome da nossa família, por poder compartilhar este momento de homenagens a ele.”