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⭐ Piracicaba, 6 de junho de 2025 ⭐

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Crise institucional paralisa aulas na APAE de Piracicaba e afeta rotina de alunos com deficiência

Entrada da APAE de Piracicaba — Foto: EPTV

Bloqueio de contas e disputas judiciais após denúncias de irregularidades impedem pagamento de funcionários e suspendem serviços educacionais; famílias relatam prejuízos emocionais às crianças

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Piracicaba (SP) enfrenta uma grave crise institucional que tem gerado sérias consequências para alunos, familiares e profissionais.

Desde o dia 27 de maio, os serviços educacionais da entidade estão suspensos, afetando diretamente 96 estudantes com deficiência que frequentavam a unidade regularmente.

A paralisação é resultado do bloqueio judicial das contas da APAE, o que impediu o pagamento de 18 funcionários da área pedagógica.

Apenas os atendimentos nas áreas de assistência social e saúde continuam em funcionamento.

 Entenda o caso

A crise teve início no final de 2024, quando surgiram denúncias de irregularidades na gestão da antiga diretoria.

Diante da gravidade das acusações, os então dirigentes renunciaram aos cargos.

A Justiça determinou a nomeação de uma diretora provisória, com a missão de organizar eleições para nova diretoria no prazo de quatro meses.

Contudo, o resultado do processo eleitoral passou a ser questionado judicialmente pelos antigos gestores, o que gerou um impasse e culminou na atual instabilidade administrativa.

O caso está sendo acompanhado de perto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e pela Federação das APAEs do Estado.

 Impacto direto na rotina dos alunos

A suspensão das aulas tem provocado desequilíbrio emocional nos alunos, que dependem de uma rotina estruturada para seu desenvolvimento e bem-estar.

Famílias relatam situações de agitação, ansiedade e regressão comportamental em casa.

“Agora, ele está superagitado. Quer avançar na gente, porque tem que ter rotina e a rotina foi quebrada”, disse a diarista Cláudia Mendes, mãe de um aluno.

“Ele fica muito ansioso quando não tem aula, fica perguntando. Não sabe discernir o porquê que não está tendo”, relatou Marlucia França Nogueira.

“Eles criam uma rotina e tudo que sai fora prejudica. Ele começa a gritar, eu tenho que parar tudo até acalmá-lo […] Todos estão sendo prejudicados, inclusive nós, pais”, desabafou Jaqueline Correa.

Repercussões e apelos por solução

A comunidade escolar e familiares têm cobrado uma solução rápida e eficaz para a crise.

O bloqueio das contas impede qualquer repasse para manutenção dos serviços educacionais, e a continuidade das disputas judiciais ameaça prolongar ainda mais o cenário de incerteza.

A APAE de Piracicaba, que atende pessoas com deficiência intelectual e múltipla, desempenha papel essencial na inclusão social e desenvolvimento de centenas de crianças e adolescentes no município.

Sua paralisação escancara a fragilidade da governança institucional e a necessidade de maior fiscalização e apoio público em entidades do terceiro setor que prestam serviços essenciais.

 

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