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⭐ Piracicaba, 20 de abril de 2025 ⭐

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Seca e custos de produção impulsionam preço do leite, mostra estudo

Preço do Leite na Seca

Cepea aponta que, neste ano, a seca tem sido mais intensa e atinge com gravidade bacias leiteiras do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País

Pesquisas em andamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), apontam para um cenário de oferta limitada de leite no campo devido ao clima seco e à elevação dos custos de produção. Assim, a expectativa é de que o produto tenha alta no preço em maio.

De acordo com os estudos, na Média Brasil, os preços devam ultrapassar o patamar de R$ 2 o litro.

Como é de se esperar, o menor volume de chuvas nesta época do ano diminui a disponibilidade e a qualidade das pastagens, afetando negativamente a alimentação volumosa do rebanho e a produção de leite. Com a oferta reduzida, observa-se a elevação sazonal dos preços no campo entre março e agosto”, diz boletim do Centro.

O Cepea aponta, porém, que, neste ano, a seca tem sido mais intensa e atinge com gravidade bacias leiteiras do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País.

Além das pastagens, a falta de chuvas tem diminuído também a produtividade das lavouras de milho e a qualidade da silagem de produtores de leite. Para agravar a situação, os custos de produção vêm registrando altas consecutivas. Insumos importantes para a produção de volumoso, como adubos e fertilizantes, são importados, e a desvalorização cambial tem elevado as cotações desses produtos”, diz o texto.

Margem estreita

Ao mesmo tempo, os custos com concentrado continuam elevados, refletindo a menor disponibilidade de grãos no mercado interno. Assim, mesmo com a valorização do leite no campo, a margem do produtor tende a continuar prejudicada. A dificuldade em manter a atividade rentável tem levado muitos produtores a aumentar o abate de vacas, uma vez que as cotações no mercado de corte estão atrativas. Contudo, o descarte de vacas é um indicador de que a produção de leite deve demorar a se elevar, mesmo diante do estímulo dos preços, o que deve reforçar o cenário de limitação da oferta nos próximos meses. Além disso, como já se tem observado, a desvalorização do Real frente a outras moedas tem limitado as importações de lácteos, favorecendo a maior competição entre indústrias pela matéria-prima.

A pesquisa do Cepea realizada com apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostrou que os laticínios têm conseguido repassar a alta da matéria-prima aos derivados. No entanto, o menor poder de compra do consumidor e a pressão dos canais de distribuição limitaram maiores valorizações. É importante frisar que o aumento do desemprego, a elevação da inflação e o avanço da pandemia têm fragilizado a demanda, o que pode frear a intensidade da valorização do leite no campo, mesmo no contexto de baixa disponibilidade e custos elevados.

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