Para o presidente da Acipi, quarentena deveria ter sido melhor organizada e com envolvimento dos empresários
A ‘pandemia econômica’ começa em maio. Essa é a avaliação do presidente do Simespi (Sindicato das Indústrias de Piracicaba), Euclides Libardi, em entrevista ao Piracicaba Hoje. Ele fez a declaração ao comentar a prorrogação da quarentena no Estado de São Paulo até 10 de maio e possível flexibilização das atividades a partir de 11 de maio.
O presidente da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), Luíz Carlos Furtuoso, também está pessimista com a situação.
O que está acontecendo é muito complicado para as empresas. É uma coisa nova, fechar as empresas por todo esse tempo, tem um impacto muito grande. A partir do momento que zera o faturamento, você não paga as suas contas. Não é qualquer empresa que consegue resolver o problema de caixa”, disse Furtuoso.

“Os bancos não têm clemência. Podem emprestar dinheiro com juro mais baixo, mas na hora de receber, eles vão querer receber”, disse Libardi. Ele conta que há um temor grande em relação, inclusive, à retomada. “Não é medo, mas você fica pensativo. Será que teremos dinheiro para trazer todos os funcionários de volta? Os funcionários têm a mesma preocupação”, explica.
Além disso, acredita Libardi, quando as atividades começarem a ser retomadas, o processo será lento.
Vai abrir com consumo baixo, vai ser lento, se surgir vacina, quem sabe no quarto semestre, a gente começa a pagar as dívidas”, diz.
O presidente da Acipi lembrou, ainda, que a quarentena deveria ter sido mais organizada. Para ele, nos primeiros 15 dias os empresários deveriam ter sido chamados para colaborar com as definições e planejar o período de forma mais eficaz. “Faltou diálogo por parte do governador para conhecer a realidade”, disse. Citou, como exemplo, a permissão para outros serviços, como supermercados, bancos e lotéricas, funcionarem, mas que nesses estabelecimentos, muitas vezes, há concentração de pessoas, contrariando o que determina as próprias autoridades de saúde.
Ele lembra, no entanto, que os cuidados com a saúde não devem ser esquecidos em detrimento da atividade comercial.
A gente tem que cuidar, é muito importante, tanto que a Acipi tem participado de campanhas de doação de alimentos e mantimentos. Por outro lado também temos que ouvir o clamor dos nossos associados”, diz.