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⭐ Piracicaba, 1 de abril de 2025 ⭐

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O anúncio do presidente Donald Trump sobre a imposição de uma tarifa de 25%

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O anúncio do presidente Donald Trump representa um novo capítulo na política externa e comercial dos Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, a partir de 2 de abril de 2025, será imposta uma tarifa de 25% sobre países que adquirirem petróleo ou gás da Venezuela. Essa medida visa pressionar economicamente o governo de Nicolás Maduro, acusando-o de enviar criminosos perigosos aos EUA.

A decisão pode afetar significativamente países como a China, principal importador de petróleo venezuelano. Outras nações, incluindo Espanha, Rússia, Singapura e Vietnã, também podem ser impactadas.

O Rodolpho Damasco, sócio e head do Private Offshore da Nomos Investimento fez uma análise bem completa sobre o assunto:

O anúncio do presidente Donald Trump sobre a imposição de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de países que comprarem petróleo ou gás da Venezuela representa um novo capítulo na política externa e comercial dos Estados Unidos. Trata-se de uma sanção indireta, mas que pode causar efeitos amplos e profundos, com potencial de alterar significativamente fluxos comerciais globais.

O Brasil, embora não seja um dos maiores importadores de petróleo venezuelano, mantém relações comerciais e energéticas com o país vizinho, especialmente por meio de operadores independentes e empresas regionais. Se continuar comprando petróleo da Venezuela, o Brasil pode ver suas exportações aos EUA – que representam cerca de 15% das exportações totais brasileiras – sofrerem com a tarifa adicional de 25%. Isso afetaria diretamente setores como aço, alumínio, celulose, alimentos processados e manufaturados, que têm peso relevante na balança comercial com os EUA.

No caso do setor de aço, o impacto pode ser ainda mais expressivo. Desde 2018, as exportações brasileiras de aço aos EUA já enfrentam tarifas e cotas impostas sob a Seção 232. A aplicação dessa nova tarifa secundária pode representar uma carga tributária adicional, dificultando ainda mais a competitividade da siderurgia nacional no mercado americano, que é um dos seus principais destinos. Para um setor já pressionado, essa medida pode significar retração nas exportações, perda de margens e riscos para o emprego industrial.

Além disso, a imposição indireta cria insegurança jurídica e pode levar empresas multinacionais instaladas no Brasil a pressionar por um distanciamento em relação à Venezuela, para evitar impactos em suas operações globais.

Nos EUA a taxação pode experimentar repercussões negativas nos preços de produtos importados, caso países afetados optem por repassar o custo da tarifa aos consumidores americanos ou redirecionar suas exportações a outros mercados. A medida também pode levar à redução da oferta de certos bens, gerar gargalos logísticos e deteriorar relações com parceiros comerciais estratégicos, como o México, a Índia ou até mesmo países europeus que mantenham algum nível de comércio com a Venezuela.

Além disso, diversos países emergentes e em desenvolvimento – especialmente da América Latina, Ásia e África – que ainda mantêm relações energéticas com a Venezuela, podem ser diretamente afetados. A tarifa cria um dilema geopolítico: alinhar-se aos EUA e cortar laços com Caracas, ou manter os contratos energéticos e arriscar perder competitividade no mercado americano. Esse tipo de pressão pode acelerar a fragmentação de blocos comerciais e incentivar a criação de novas alianças estratégicas fora da órbita de influência norte-americana, como com China e Rússia.

Portanto essa medida marca uma escalada significativa na utilização de instrumentos econômicos como arma de pressão geopolítica. Governos e empresas precisarão rever suas estratégias de fornecimento, exportação e alianças comerciais se este projeto for colocado em prática. No caso do Brasil, é fundamental uma análise cautelosa e pragmática, equilibrando os interesses econômicos com a complexa realidade diplomática da região – especialmente em setores estratégicos como o siderúrgico.

Foto: Banco de Imagem

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