Do dia 1º ao dia 7, o preço médio da gasolina era R$ 4,43 o litro, 5 centavos mais caro do que na 1ª semana de fevereiro

A Petrobras cortou em 5% o preço do diesel comum e em 4% o preço da gasolina nas refinarias. Os novos valores foram anunciados no fim de fevereiro pela estatal. Apesar do anúncio, mais uma vez, a redução não chegou às bombas ou, se chegou, passou despercebida, pelo menos na primeira semana de março.

Do dia 1º ao dia 7, o preço médio da gasolina em Piracicaba era R$ 4,43 o litro, cinco centavos mais caro que os R$ 4,38 cobrados pelo litro na semana de 9 a 15 de fevereiro. O diesel caiu, de R$ 3,53 para R$ 3,48 – considerando sempre o preço médio.

Ainda no começo de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro reclamou que as reduções anunciadas pela Petrobras não chegavam ao consumidor. “Eu estou aqui fazendo papel de otário. Quanto é que vai baixar na bomba para o consumidor?”.

Apesar do questionamento presidencial, não é só a redução nas refinarias que interfere no preço. O dólar tem papel preponderante nessa história, além da variação da carga tributária que incide sobre os combustíveis. Essa é a explicação do diretor regional do Recap (Sindicato dos Postos de Combustíveis) Augusto Mafia.

Como o preço se manteve mais ou menos estável, a gente não acredita que tenha impacto pra chegar na bomba, tanto pra cima como pra baixo. As vezes, a mudança é na terceira, quarta casa (decimal)”, explica.

A queda anunciada em fevereiro foi decidida em um cenário de desvalorização do petróleo no mercado mundial. A desvalorização é influenciada pelo avanço dos casos de coronavírus pelo mundo, o que gera no mercado o receio de uma eventual desaceleração da economia mundial e, consequentemente, de uma menor demanda por combustíveis.

Ainda assim, com a gasolina em alta, a procura pelo etanol continua grande. O problema é que esse combustível nunca esteve com preço tão alto para essa época do ano. “Nós nunca tivemos com o etanol tão alto historicamente”, explica. O preço, de acordo com Mafia, só deverá cair após o início da safra de cana, que foi antecipada em algumas regiões.

De acordo com a ANP, na semana de 1 a 7 de março, o preço médio do etanol era R$ 3,09 o litro, quatro centavos mais alto que na semana de 26 de janeiro a 1º de fevereiro. “A gente espera que depois da segunda quinzena de março é que deva ter uma oferta maior de produto e o preço deve cair”, disse.