Elevação, porém, não ficou apenas nos derivados de petróleo; na quinta-feira, o preço do etanol também subiu pouco mais de 3%
A Petrobras anunciou, na quarta-feira passada, reajuste nos preços da gasolina e do óleo diesel. Os novos valores passaram a valer no dia seguinte nas vendas de refinarias para distribuidoras.
O litro da gasolina foi reajustado em 3,5% e o do diesel, em 4,2%. Para o consumidor final, porém, sobre esses valores, são acrescidos encargos tributários e trabalhistas e as margens de lucro dos postos de combustíveis.
A alta foi provocada pela oscilação dos preços internacionais devido ao bombardeio de refinarias na Arábia Saudita, responsável pela produção de 5% do petróleo mundial, o que gerou uma imediata elevação dos preços dos combustíveis no mundo.
A elevação, porém, não ficou apenas nos derivados de petróleo. Na quinta-feira, o preço do etanol também subiu, pouco mais de 3%, de acordo com o diretor regional do Recap (sindicato dos postos de combustíveis da região) Augusto César Mafia. “Subiu quase o mesmo tanto que a gasolina. Nós estamos vivendo uma situação meio incerta porque não sabemos como isso vai se estabilizar”, disse.
Ele lembrou, porém, que o preço do barril do petróleo teve queda no mercado internacional nesta semana. “Já deu aquele pico no começo da semana, mas estabilizou, tende a acalmar o mercado, mas sofremos já essa questão do pico de aumento porque o barril do petróleo brasileiro também é atrelado ao mercado internacional”, explicou.
Apesar da alta nos preços dos derivados do petróleo, a procura pelo etanol não apresentou aumento considerável na procura. “O consumidor não tem essa reação tão imediata, não aumentou a procura”, disse.
O último reajuste da gasolina no Brasil havia sido em 5 de setembro e o do diesel, em 13 de setembro. Desde 30 de agosto, o preço do litro do óleo diesel subiu em média 30 centavos.
O impacto no preço no diesel é maior, porque a gasolina tem a adição do etanol anidro. O diesel teve um agravante que foi o aumento do biodiesel na mistura, no dia 31 de agosto. Então teve aumento de 3% só por conta disso”, afirmou.
Preços
Em sua página na internet, a Petrobras explica como funcionam o mecanismo e as decisões de formação de preços dos combustíveis por ela vendidos.
Nossa política de preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras tem como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo. A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos”, explica, em nota, a estatal.
Segundo a companhia, a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras são diferentes dos produtos no posto de combustíveis. São combustíveis tipo A: gasolina antes da sua combinação com o etanol e diesel sem adição de biodiesel. “Os produtos vendidos nas bombas ao consumidor final são formados a partir do tipo A misturados a biocombustíveis.”