Energia elétrica sobe 3,62% e pesa no bolso do consumidor, apesar de alívio em alimentos e combustíveis
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou alta de 0,26% em maio, conforme divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma desaceleração em relação aos 0,43% registrados em abril, marcando o terceiro mês consecutivo de perda de ritmo da inflação.
No acumulado de 2025, o índice soma alta de 2,75%. Já no acumulado de 12 meses, a inflação está em 5,32%, abaixo dos 5,53% registrados no mês anterior, mas ainda distante da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Energia puxa alta no grupo Habitação
O principal impacto inflacionário em maio veio do grupo Habitação, que subiu 1,19%. O destaque foi a energia elétrica residencial, com elevação de 3,62%, reflexo direto da adoção da bandeira tarifária amarela, que adicionou R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
A expectativa é de nova pressão em junho, com a entrada da bandeira vermelha patamar 1, que impõe um custo adicional de R$ 4,46 por 100 kWh.
Alívio nos alimentos e transportes
Por outro lado, os grupos Alimentação e bebidas e Transportes colaboraram para conter o avanço da inflação.
A alimentação no domicílio desacelerou fortemente, saindo de uma alta de 0,83% em abril para apenas 0,02% em maio. Produtos como tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%) registraram quedas expressivas.
No setor de transportes, houve recuo de 0,37%, com destaque para as passagens aéreas (-11,31%) e combustíveis, todos em deflação: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).
Núcleo da inflação e serviços
A inflação de serviços teve leve recuo, passando de 0,20% em abril para 0,18% em maio. Ainda assim, permanece elevada no acumulado de 12 meses, com alta de 5,80%.
Já o índice de difusão, que mostra o percentual de itens com aumento de preços, caiu de 67% para 60%, indicando menor espalhamento inflacionário.
Outro indicador importante, o núcleo da inflação — que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia — recuou de 0,5% para 0,3%, o menor nível desde setembro de 2024.
Expectativas do mercado
Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, o mercado projeta que a inflação terminará 2025 em 5,44%, com expectativa de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, no atual patamar.
Economistas também avaliam possibilidade de alta de 0,25 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Inflação desacelera em maio, mas energia elétrica pressiona orçamento em Piracicaba
Embora o índice nacional indique uma desaceleração em relação aos meses anteriores, os consumidores de Piracicaba sentiram impactos significativos em áreas específicas, especialmente na conta de luz.
Energia elétrica: principal vilã do mês
O aumento de 3,62% na energia elétrica residencial foi o principal fator de pressão inflacionária em maio.
A mudança para a bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, contribuiu para esse aumento.
Em junho, a previsão é de nova pressão, com a adoção da bandeira vermelha patamar 1, que impõe um custo adicional de R$ 4,46 por 100 kWh.
Alimentos e combustíveis aliviam, mas impacto é limitado
Por outro lado, os preços de alimentos e combustíveis apresentaram queda, ajudando a conter a inflação geral.
O grupo Alimentação e bebidas desacelerou para 0,17% em maio, com destaque para as quedas nos preços de tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%).
No setor de Transportes, houve recuo de 0,37%, influenciado pela queda nas passagens aéreas (-11,31%) e nos preços dos combustíveis: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).
Impacto local: famílias sentem no bolso
Em Piracicaba, o aumento na conta de luz afeta diretamente o orçamento das famílias, especialmente aquelas de baixa renda.
Além disso, o setor industrial, representado por empresas como a Raízen, pode enfrentar aumento nos custos operacionais devido ao encarecimento da energia elétrica, o que pode impactar a economia local.
Expectativas para os próximos meses
A expectativa do mercado é de que a inflação encerre o ano de 2025 em 5,44%, com a taxa Selic se mantendo no patamar atual.
No entanto, a continuidade da pressão sobre os preços da energia elétrica pode representar um desafio adicional para o controle da inflação nos próximos meses.