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⭐ Piracicaba, 1 de abril de 2025 ⭐

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EUA X China: Como guerra comercial pode afetar o Brasil?

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“Uma possível intensificação das tensões comerciais entre EUA e China pode criar instabilidade nos mercados globais, gerando reflexos adversos na economia brasileira, que é fortemente dependente do comércio exterior para sustentar seu crescimento”, diz Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

“As sanções impostas pelo Trump à China, incluindo a ameaça de tarifas de até 60% sobre produtos chineses, podem desacelerar significativamente o crescimento econômico chinês. Essa desaceleração pode impactar as exportações brasileiras de minério de ferro, proteína animal e grãos para a Ásia. Por outro lado, o Brasil também pode se beneficiar, já que a China pode buscar fornecedores alternativos para produtos como soja, milho e proteínas animais, setores que o Brasil é competitivo. Então, o agronegócio brasileiro deve estar atento às oportunidades e desafios decorrentes desse cenário”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

“Existe uma relação de codependência entre Estados Unidos e China, que é bem difícil de ser superada. Por um lado, a China tem tentado fomentar o seu mercado interno para consumir mais os produtos que ela produz, mas essa iniciativa não tem tido muito sucesso. Por outro lado, os Estados Unidos têm fomentado e investido bastante para depender menos das importações chinesas, o que também não está dando muito certo. Um movimento de tarifa para a China certamente aumentaria a inflação nos Estados Unidos, e inflação e juros são elementos pouco populares. Trump tem dois anos de relativa facilidade, pois conta com o Senado e o Congresso ao lado dele com os republicanos. No entanto, com as eleições de meio de mandato (midterm elections), caso a inflação esteja alta e os juros elevados, ele terá dificuldade para sustentar e aprovar novas agendas até o término do seu mandato. Qualquer tarifa que seja implementada no curto prazo certamente gerará algum impacto, mas é comum que haja algum tipo de reacomodação. Talvez o impacto maior ocorra, sem dúvida, no minério de ferro, já que a China tem apresentado desaceleração e o preço da commodity já tem diminuído. O preço mais baixo, somado a uma menor demanda chinesa, pode, sem dúvida, gerar impacto no curto prazo. Por outro lado, o Brasil pode encontrar outros motores para a economia. Por exemplo, a Índia está crescendo bastante e não tem sido muito citada em tarifas. Se eventualmente houver uma migração de produção da China para a Índia, talvez este país consiga absorver parte dessa demanda. O resumo é que o Brasil precisa aumentar a quantidade de parceiros comerciais. O acordo entre a União Europeia e o Mercosul é um primeiro passo importante nesse sentido, mas o trabalho não pode parar. Com uma boa diplomacia e relações comerciais bem construídas, temos tudo para, se não mitigar, até mesmo aproveitar algumas oportunidades dessa guerra comercial”, Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.

“As sanções impostas por Donald Trump à China têm o potencial de desacelerar o crescimento econômico chinês, o que pode gerar impactos significativos para o Brasil. A China é o principal destino das exportações brasileiras de minério de ferro, proteína animal e grãos, setores que estão diretamente ligados ao desempenho da economia chinesa. Caso a demanda interna da China seja enfraquecida por conta de uma desaceleração econômica, isso pode reduzir o apetite do país por commodities brasileiras, pressionando os preços internacionais e impactando diretamente nossa balança comercial. Além disso, uma possível intensificação das tensões comerciais entre EUA e China pode criar instabilidade nos mercados globais, gerando reflexos adversos na economia brasileira, que é fortemente dependente do comércio exterior para sustentar seu crescimento”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

“As sanções impostas por Donald Trump à China têm o potencial de impactar diretamente o Brasil, especialmente no que diz respeito às exportações de minério de ferro, grãos e proteína animal, setores estratégicos da nossa economia. Uma desaceleração no crescimento econômico chinês pode reduzir a demanda por essas commodities, pressionando os preços globais e afetando nossa balança comercial. Por outro lado, esse cenário também pode abrir oportunidades para o Brasil, caso a China busque diversificar seus fornecedores em resposta às sanções. O Brasil precisa estar preparado para agir com rapidez e estratégia, aproveitando eventuais brechas no mercado global enquanto trabalha para diversificar sua base de parceiros comerciais, reduzindo a dependência de grandes economias como a chinesa”, André Matos, CEO da MA7 Negócios.

“Com o retorno de Donald Trump à Presidência dos EUA e a ameaça de tarifas de 10% sobre produtos chineses, a soja brasileira pode ganhar destaque no mercado asiático. Durante o primeiro mandato de Trump, medidas protecionistas contra a China levaram o país asiático a intensificar suas importações do grão brasileiro, consolidando o Brasil como principal fornecedor. Caso a guerra comercial seja retomada, o Brasil tem a oportunidade de ampliar ainda mais sua participação nesse mercado estratégico, desde que esteja preparado para atender à demanda e fortalecer sua posição global no agronegócio”,  João Kepler, CEO da Equity Fund Group.

Foto: Banco de Imagem

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