Desastres naturais impulsionam custos globais, pressionando setores como seguros, energia e alimentos, e ameaçando a estabilidade econômica
Os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, com furacões, tornados, inundações e calor excessivo se tornando mais frequentes. Esses fenômenos extremos, causados em grande parte pelo aquecimento global, não impactam apenas o meio ambiente, mas também têm consequências econômicas significativas.
O surgimento de uma nova realidade econômica global, chamada de inflação climática, está preocupando governos e empresas ao redor do mundo.
A inflação climática ocorre quando eventos naturais inesperados e extremos aumentam os custos em diversos setores, incluindo agricultura, energia, habitação, combustíveis e seguros. Isso resulta em aumento de preços, desemprego e até queda do Produto Interno Bruto (PIB) de várias nações.
Em muitos casos, esses desastres naturais criam desequilíbrios severos na economia, gerando enormes prejuízos financeiros.
O empresário brasileiro Richard Harary, CEO da MacroBaby, famoso destino de enxovais em Orlando, ofereceu uma visão sobre como essa inflação climática tem afetado o setor de seguros nos Estados Unidos, em especial nas áreas mais vulneráveis a desastres naturais.
“A gente tem experimentado vários tornados e furacões aqui nos Estados Unidos e eu tenho visto os preços aumentarem muito dos seguros nos últimos anos, dobrarem até triplicar. E também algumas empresas de seguro nem querem mais segurar casas em alguns estados de alto risco. Então com isso a gente vê uma inflação muito alta”, declarou Richard.
A declaração de Harary ilustra um dos maiores desafios enfrentados pelo setor imobiliário e de seguros: o aumento significativo dos custos para proteger propriedades em áreas propensas a desastres naturais.
Essa realidade está sendo sentida não apenas nos Estados Unidos, mas também em outras partes do mundo que enfrentam fenômenos climáticos extremos.
Para se ter uma ideia da magnitude do problema, apenas no ano passado, foram registrados 25 desastres climáticos nos Estados Unidos, causando perdas superiores a 1 bilhão de dólares, segundo o NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica).
Esses eventos estão pressionando cada vez mais a economia global, afetando os preços e limitando o crescimento econômico.
Especialistas alertam que os bancos centrais devem começar a considerar o impacto da inflação climática na definição de suas políticas monetárias. A necessidade de ajustar as taxas de juros para conter os efeitos desses eventos naturais é cada vez mais evidente, podendo afetar diretamente o bolso da população.
Isso inclui aumentos nas taxas de empréstimos, hipotecas e até nos juros de cartões de crédito, criando um cenário de desafios econômicos para o futuro próximo.